O Joel Neto (
naoesperemnadademim) respondeu a um tal "homohomo" e deu a sua opinião sobre os actores portugueses. Não partilho as suas teorias (o assunto ficará para outro post), mas foram as referências que fez à dramaturgia nacional que mais me deixaram intrigada. Joel Neto começa por insinuar que não existem dramaturgos em Portugal, apontando depois dois exemplos "positivos" de autores que abordaram o género: Jacinto Lucas Pires e Jose Luis Peixoto. Conheço os trabalhos dramáticos de ambos, aplaudo a sua "coragem", mas sobejam fragilidades nas suas obras. Joel Neto aprecia, provavelmente, o teatro dos dois escritores, mas demonstrou que está distante daquilo que se tem feito em Portugal. E admite-o ao dizer que a última vez que foi ao teatro foi para ver uma encenação de Peter Brook. Infelizmente, há muito público assim, que considera que só vale a pena ir ao teatro para ver as peças do Stein ou do Wilson. Mas existem ainda muitas pessoas que conhecem e gostam da dramaturgia portuguesa, sem cair no erro de achar que a coisa acabou em Gil Vicente. Eventualmente, Joel Neto anda distraído, mas se quiser escrever sobre os autores dramáticos nacionais aconselho-o a ler as obras destes: Jorge Silva Melo, José Maria Vieira Mendes, Graca P. Correa, Rui Guilherme Lopes, Pedro Eiras, Carlos Alberto Machado, Jorge Louraco Figueira, Joaquim Paulo Nogueira, António Ferreira, Jaime Rocha e Abel Neves. Há mais, mas estes são os nomes que agora recordo. Verá que existe uma dramaturgia nacional, emergente, que continua ser alvo da atenção dos círculos teatrais europeus. Só lhe é indiferente quem não sabe do que fala.