Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

sexta-feira, outubro 31

Trespasse suspenso

Resolvi suspender o trespasse desta quota até à retoma económica. A crise e a glória estão muito difíceis. Agradeço ao Cibertúlia, um blogue sempre muito atento (e sempre muito doce) a sua oferta de acolhimento…
|| asl, 17:14 || link || (3) comments |

Abaixo o Estado!

Já vos falei do "Trim Trim Dói Dói"? É um número de telefone (808.242.400) para o qual se liga quando só resta essa alternativa para se perceber a febre do bébe, ou a sua tosse, ou tudo ao mesmo tempo.

Há uns meses tive de recorrer a este serviço, por causa do rebento mais novo. Eram aí umas 2h00 da manhã. Atendeu-nos uma enfermeira muito simpática que ouviu o respirar da criança pelo telefone. E a tosse. E que fez inúmeras perguntas de pré-diagnóstico. E nos perguntou pela febre (imensa). E que nos recomendeu que fossemos às urgências pediátricas mais próximas, até dizendo quais eram.

Lá fomos. Quando chegamos já lá estava um fax do Trim Trim Dói Dói a explicar o estado da criança, o nome, etc. Atenderam-nos em pouco tempo (não havia muita gente à espera). Mas aquele pré-diagnóstico fez poupar algum tempo. Foi muito útil. E a calma da senhora que nos atendeu foi, ela própria, uma grande ajuda.

O Trim Trim Dói Dói é um serviço do Estado. Por isso pergunto: com serviços estatais a funcionarem assim, como querem que os seguros de saúde privados funcionem? Isto não há direito! Só neste país!
|| JPH, 16:34 || link || (2) comments |

A “análise” da “agenda da blogosfera” (texto final)

Quem acha que é possível fazer "um dia", mesmo "com a distância que o tempo trará", uma "análise" da "agenda da blogosfera", é porque da dita blogosfera ainda não percebeu nada de nada. Não percebeu nem vai perceber nunca porque acha que é sempre possível fazer a "agenda" do que quer que seja: do padeiro da esquina à beata que vai na procissão, do turista japonês à classe política (toda), passando, de caminho, pelos jornalistas (todos). Acontece que a “blogosfera” é uma “coisa” que ninguém sabe onde começa nem acaba - pela simples razão de não há começo nem fim, nem espaço ou comunidade.

Quem acha que é possível, um dia, fazer a "agenda da blogosfera", fará um dia essa agenda partindo, apenas, do seu universo de "favorites"/"bookmarks" e compartimentando esse "universo": blogs de jornalistas, blogs académicos, blogs culturais, blogs de sectores profissionais (médicos, advogados, professores), blogs de humor, blogs pessoais e diarísticos, etc, etc, etc.

Até admito que o fará com preocupações de equidade, para aparentar justeza e visões “open minded” da “coisa”. Mas nunca ao ponto de assumir que, na verdade, não está a fazer “análise” nenhuma da "agenda da blogosfera", nem mesmo da blogosfera que conhece. Fará apenas a "análise" da blogosfera que admite publicamente conhecer.

Isto, na verdade, não é "análise" nenhuma, é uma fraude. Quem acha que é possível fazer uma “análise” da “agenda da blogosfera” já tem uma tese definida na cabeça. Limitar-se-á depois (seleccionando, compartimentando) a adequar a realidade ao seu pensamento.

É, além do mais, cair num dos erros mais frequentes do jornalismo (desse que tanto se critica), o de tomar o todo pela parte, de generalizar, de rotular à pressa e sem atenção às "nuances" todas, de (lugar comum horrível) confundir a árvore com a floresta.

Fazer uma “análise” séria e honesta da "agenda da blogosfera" é uma impossibilidade absoluta. Tem-se em demasiado boa conta quem o acha possível. É um fantasma ao espelho: não se vê - imagina-se.
|| JPH, 13:23 || link || (1) comments |

quinta-feira, outubro 30

"Análise" da "agenda da blogosfera"

Continua em preparação o texto comentando a promessa de JPP de um dia fazer a "análise" da "agenda da blogosfera". Fica, em jeito de cheirinho, a primeira frase:

Quem acha que é possível fazer "um dia", mesmo "com a distância que o tempo trará", uma "análise" da "agenda da blogosfera", é porque da dita blogosfera ainda não percebeu nada de nada.
|| JPH, 12:41 || link || (3) comments |

quarta-feira, outubro 29

Trespassa-se

Quota em blogue colectivo, bem localizado e com boa clientela. Motivo à vista
|| asl, 23:16 || link || (0) comments |

Colóquio Javier Marías

Já aqui escrevi que Javier Marías é o meu escritor preferido. Um dos momentos mais importantes da minha vida aconteceu quando o Eduardo Dâmaso e eu o entrevistámos na sua (maravilhosa) casa de Madrid.
Recebi há pouco a informação de que a Universidade de Neuchâtel vai realizar, de 10 a 12 de Novembro, um colóquio internacional sobre Marías. (Contacto:Ana Casas. Telefones: 032 718 18 45 / 032 718 18 66. E-mail: ana.casas@unine.ch).
Também quero ir!!!
|| Anônimo, 22:42 || link || (0) comments |

Passa no exame

Para ver, ouvir e ler.
|| Anônimo, 21:27 || link || (1) comments |

Para o PBM

Pedro:o que é que o impede de ler o Jorge-Luiz Arrifana?
Pareceu-me bem interessante aquela ideia de converter Odivelas no "centro do mundo".
|| Anônimo, 21:11 || link || (5) comments |

Estilo???

Caros Nuno e Jorge: então não nos podiam arranjar qualquer coisinha melhor do que um livro de estilo?
Já nos basta aquele que temos cá em casa.
|| Anônimo, 21:06 || link || (0) comments |

Agradecimentos...

...a Nuno Ramos de Almeida, que, no último número da "Ler", nos incluiu na sua "ementa pessoal" de blogs. Fê-lo, é certo, dando "realce à pena de Ana Sá Lopes, cronista do PÚBLICO". Pois...Pena tenho eu. Pena que ela não use da sua pena. Dão-se alvíssaras.
|| JPH, 20:31 || link || (0) comments |

Regresso e anúncio

Volto e verifico que a cambada (não há outro nome!) que me acompanha aqui no Glória Fácil deixou as audiências baixarem até níveis próprios da RTP-2. Isto só lá vai à estalada, está claro! A MJO desatou a fazer "postinhas" assim que me viu (a ver se disfarçava) e dos outros nem falo, que só me apetece é trespassá-los.
Dito isto, tenho a anunciar que está em preparação um textinho sobre a "agenda da blogosfera". Tem a ver com o facto de JPP ter anunciado que "um dia, com a distância que o tempo trará", fará uma "análise" da "agenda da blogosfera". Esteja o próprio descansado que não o vou pressionar para fazer a tal agenda, muito pelo contrário. Até mais ver.
|| JPH, 20:11 || link || (1) comments |

Sitemeter sucks

Em pouco mais de 20 minutos já ouvi meia dúzia de impropérios por causa do sitemeter (as visitas ao GF baixaram).
O mesmo é dizer que o JPH acabou de regressar da viagem a Angola.

Esta coisa do sitemeter ainda vai dar em cisão...

|| Anônimo, 19:42 || link || (0) comments |

Arrabal

Chama-se "Carta de Amor", é uma peça dedicada aos seus pais e a estreia realizar-se-á num teatro nova-iorquino.
Fernando Arrabal soube ontem, em Paris (onde vive há muitos anos), que havia sido distinguido com o Prémio Nacional de Teatro de Espanha. É a segunda vez que lhe é atribuído este galardão (a primeira foi em 2001) e a decisão do júri foi unânime.
Para além de instituir vários prémios literários, o país vizinho ama os seus escritores. Independentemente das latitudes geográficas e sentimentais. Ainda temos muito a aprender.
|| Anônimo, 19:21 || link || (0) comments |

terça-feira, outubro 28

Encontro em Luanda

O nosso JPH está em Angola. Adivinhem quem ele encontrou na comitiva de convidados de Durão Barroso. Este nosso amigo.
Aguardamos mais notas de viagem. De ambos.
|| Anônimo, 21:40 || link || (0) comments |

This is not a strange blog

Dois guionistas excelentes e um actor que já trabalhou com os STAN. Querem saber mais? Visitem estes sítio!
|| Anônimo, 21:15 || link || (0) comments |

domingo, outubro 26

Kevin Kostner

Os seguranças do PM concentraram-se aqui à minha volta, no 29J do "Bartolomeu Dias". Garanto que não é por minha causa. Alguns viram, tenho a certeza, o "Body Guard". Quando forem loiros e de olhos azuis querem ser como o Kevin Kostner. Só que não têm tempo. O Kevin tinha. "Snobou" a Whitney Houston como gente grande - receita fatal no engate, sabemo-lo todos. Eles não "snobam", vão direitos ao assunto, ossos do ofício. Tanto lhes dá que a Whitney seja branca como preta, loira ou morena, cante bem ou cante mal. JPH
|| portugalclassificado, 20:41 || link || (0) comments |

Diário de bordo

Velocidade: 898 Km/h
Altitude: 10.100m
Temperatura exterior: 38 graus negativos
Posição: Sobre o golfo da Guiné
Hora local: 16h40
Whisky: Jonhny Walker, rótulo preto, "com um pedrinha, cháchavor".

JPH
|| portugalclassificado, 20:40 || link || (0) comments |

Explicações

Perguntas-me:
— Ouve lá, não tens imenso que fazer? Como é que tens tempo para essa blogagem toda?
— É simples meu caro: a dez mil metros de altitude, algures sobre África (não sei onde, infelizmente os países não têm letreiros identificativos para quem viaja de avião), o que não falta é tempo. Ainda por cima escolhi os livros errados para ir lendo no avião: Barthes ("Sade, Fourier, Loiola") aqui não faz grande sentido; e o "Príncipe", de Maquiavel, indo ali à frente o senhor primeiro-ministro, pode parecer acintoso (não digo para quem). Portanto, blogo.
JPH
|| portugalclassificado, 20:39 || link || (0) comments |

Leituras de fim de semana (II)

1. Ainda a PÚBLICA (desculpem a publicidade mas é para isto que o engenheiro também me paga). Vem lá, com a autoria da Joana Gorjão Henriques (e eu ela somos Henriques pelo lado do tio Afonso), o melhor trabalho que já se escreveu sobre o Pipi. Para já creio ser a primeira conversa com o Mestre em que ele fala a sério, o que é uma novidade. Mas, mesmo falando a sério, aprendo com ele. Isto, por exemplo: "A palavra onanismo vem de Onã, personagem bíblica; essa personagem não se masturbava, foi morta por Deus por praticar o coito interrompido. Aquilo que nos querem fazer crer é que, por ter morto Onã, Deus foi contra a masturbação. E tal não sucede. Deus é contra as quecas mal dadas,creio que é essa a moral da história."
Acredito nesta história, agrada-me acreditar. Acelera a minha conversão religiosa, que tem uns dias melhores do que outros. Explicarem-me assim as coisas ajuda.

2. Ainda o Pipi. Discordo da parte do artigo em que se diz que o Pipi "diz o que todos os homens pensam mas nenhum tem a coragem de dizer". Na medida em que o blog é anónimo (e assim deve permanecer) não há ali "coragem" nenhuma; só um imenso talento. "Coragem" é outra coisa - cuidado com o peso das palavras.

3. Mais Pipi. É de admirar a genuína humildade, sobretudo quando ela vem de onde menos se espera. "Considerava-me um conhecedor de calão mas [lendo o Pipi] cheguei à conclusão que estava na instrução primária", confessou Vasco Graça Moura. Mas não estávamos todos, antes de O Mestre nos iluminar? E Ferro Rodrigues? Será que, se conhecesse o Pipi, não seria capaz de outros desabafos ao telefone? E o presidente do Tribunal da Relação de Lisboa?
JPH
|| portugalclassificado, 20:38 || link || (0) comments |

Leituras de fim de semana (I)

Gostava de escrever como o Rui Cardoso Martins. Talvez um dia, quando for grande. Há ali aquela coisa da "música das palavras", de que o meu adorado Céline falava. Melodia, ritmo, espessura, as notinhas todas no seu sítio. Um dia o Cardoso Pires elogiou-lhe a escrita, numa entrevista já não me lembro onde. E isto basta para perceber o calibre da coisa. Ou melhor: não basta. Para perceber o calibre da coisa é preciso ler, todos os domingos, na PÚBLICA, o "Levante-se o réu", provavelmente uma das crónicas mais antigas da imprensa portuguesa. Leiam a última, "Um pouco mais de realidade". Começa com uma pergunta: "Para desenjoar, vamos falar de Justiça?" Fala da "incompetência portuguesa no seu esplendor histórico que é ser um esplendor pequenino". Termina assim: "É bom ver a Justiça portuguesa a funcionar, com a ajuda de todos." Está o recado dado. JPH
|| portugalclassificado, 20:33 || link || (0) comments |

Quase trinta anos depois

Eis-me de volta ao caminho. Mas desta vez é diferente, um bocadinho diferente. Já disse a amigos: "Vou voltar a ver a minha terra." Soa-me bem dizer as coisas assim. Mas só o faço pelo efeito. Conforta os outros saberem que temos uma terra, uma família, um clube de futebol - passado, presente, futuro. Mas nem aquela terra é minha nem eu sou dela. Não me é nada. Talvez passe a ser, agora que a revisito, quase trinta anos depois — mas era melhor não.

Mesmo assim levo referências: "R. Fernão Lopes, nº 3, paralela à Av. dos Combatentes". Os nomes devem ter mudado. A casa provavelmente já lá não está. Era melhor que assim fosse. Haveria a certeza que aquela já não é "a minha terra". As minhas terras sempre foram só as minhas casas. As pessoas lá dentro, e pouco mais.

E se o bagageiro do hotel (ou outro funcionário qualquer) me disser:
— Isto estava melhor com os portugueses...
Se calhar reforço-lhe a gorgeta; ou se calhar recuso-a - depende de como ele o disser. O melhor mesmo era que não o fizesse. É o mais provável, se bem conheço o orgulho angolano. Angola é deles, e assim é que deve ser.
JPH
|| portugalclassificado, 12:53 || link || (0) comments |

sábado, outubro 25

Monumental seca

A TVI está, há horas, a transmitir todas as insignificâncias da cerimónia de inauguração do novo estádio do Benfica. Que enorme bocejo.

Pontos de interesse até ao momento: o dr. Sampaio fez o mais curto discurso de toda a sua carreira; o dr. Barroso foi vaiado.

|| portugalclassificado, 22:05 || link || (2) comments |

sexta-feira, outubro 24

Viva o inimigo interno!

Fechámos a edição e acabamos agora à gargalhada a ler o Inimigo Público. Segundo fontes da redacção ouvidas pelo Glória Fácil, o inimigo interno está insuperável. Venha lá o jantar, LFB!
|| asl, 23:29 || link || (0) comments |

Novidades da Lusomundo

Novidade confirmada: Fernando Lima, até há dias assessor de imprensa do ministro Martins da Cruz, foi indicado para director do "Diário de Notícias". Aguarda parecer do conselho de redacção. Entre 1985 e 1995, Lima assessorou o primeiro-ministro Cavaco Silva.

Novidades previsíveis (puro raciocínio lógico): Fátima Alves, até há pouco assessora de Pedro Lynce - e agora ao serviço de Graça Carvalho - irá dirigir o JN.

Natália Carvalho, que assessorou Isaltino Morais (e agora trabalha com Amilcar Theias), foi sondada para dirigir o "24 Horas". Está a ponderar.

Manuel Janes, que assessorou Valente de Oliveira - e agora trabalha com Manuela Ferreira Leite -, está a ser ponderado para a "Grande Reportagem". Cuidado, Francisco!
|| JPH, 17:40 || link || (4) comments |

Bem hajas, Turing Machine

O Porfirio Silva, velho companheiro de outros carnavais, decidiu lançar a Turing Machine. Leiam-no, que ele sabe do que fala. Eu, que só o encontro de dois em dois anos - e sempre por acaso - vou passar a "vê-lo" mais vezes.
|| JPH, 15:36 || link || (0) comments |

quinta-feira, outubro 23

Da natureza de Montalbán

Regressada de uns dias "blog-free", só hoje pude ler o maravilhoso texto de Luís, da Natureza do Mal, sobre M. Vásquez Montalbán. Montalbán também foi "un hombre de mi vida" e eu gostaria de ter escrito um texto tão belo como o do Luís.
|| asl, 16:35 || link || (3) comments |

terça-feira, outubro 21

Excepção à regra (Jorge Sampaio e o processo Casa Pia)

Tenho tentado, com muito esforço, não me pôr aqui a comentar seriamente o processo Casa Pia/Paulo Pedroso. Tenho tentado muito e isso é verificável no Glória Fácil.

Acontece, porém, que a paciência tem limites. E esses limites são os da inteligência - ou, melhor dizendo, os da falta dessa inteligência.

Assisti há poucas horas, em directo e ao vivo, à comunicação ao país do sr. Presidente da República (PR). Escrevi a respectiva notícia.

Finda essa tarefa, eis o desabafo: não paro de me espantar com a forma como, dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, jorram os discursos que mais munições dão aos populistas deste caso (como os Namoras e Catalinas e afins). Discursos oriundos de onde menos se espera: do Palácio de Belém, por exemplo.

Porque foi isto que o sr. Presidente ontem fez quando tratou o caso como uma "novela judiciária" (sic). Os demagogos desta história (repito: Namoras, Catalinas e afins) têm agora um pretexto maravilhoso para dizerem que, ao mais alto nível na hierarquia do Estado, o caso é desvalorizado, achincalhado, vulgarizado, etc, etc.

Ora isto era perfeitamente escusado. Deste discurso é este micro-sound-byte ("novela judiciária") que vai ficar. O PR não podia deixar de o saber. Os populistas desta história (Namoras, Catalinas e afins) vão poder agora dizer que é gravíssimo tratarem-se das vítimas do processo Casa Pia ("as crianças", dizem eles, como se as representassem) como personagens de uma "novela judiciária". Isto não acontece por acaso - mas não pensem que defendo alguma tese conspirativa para explicar este discurso do PR.

A minha "conspiração" é muito simples: quando debaixo de fogo, o dr. Sampaio deixa-se levar pela irracionalidade. Responde com o coração na boca. E se calhar porque pensa que que os populistas, por apelarem às emoções, só se movem, eles próprios, no campo dessas emoções.

Erro, erro, erro: as emoções populares convocam-se pelo uso apuradíssimo da racionalidade de quem convocar essas emoções. Não há sujeito mais racional do que o populista. O instrumento de resposta ao populista é o mesmo que ele usa para ser populista: a racionalidade. Isso falhou, ontem, no Palácio de Belém.
|| JPH, 22:43 || link || (2) comments |

Palavras que nunca escrevi

Ter um blogue tem destas vantagens. É um sítio onde se me sinto livre para escrever palavrões. Recordo, por isso, que há uns anos, quando se preparava para mais um desfile carnavalesco no Funchal, o dr. Alberto João Jardim fez a seguinte declaração, registada por um enviado do "Tal & Qual":

- Que se foda a Assembleia da República!

E nada lhe aconteceu, sendo que o vernáculo é mais duro do que aquele que se conhece do dr. Ferro Rodrigues. Podemos apenas agora reflectir, passados tantos anos, se a Assembleia acatou (ou não) a sugestão do dr. Jardim. Está lançado o desafio.

|| JPH, 12:50 || link || (0) comments |

Fontes seguras garantem que...

O Governo pondera adaptar as suas frases-choques nos maços de tabaco aos acontecimentos mais recentes na vida política. Estão a ser feitos estudos sobre os efeitos da frase:

ESTES FUMADORES SÃO «UNS MERDAS»
|| JPH, 12:37 || link || (1) comments |

Pensamento de final do dia: Arnie

Arnold Schwarzenegger gabou-se de ter feito uma campanha – na corrida para governador – com muitos convites para talk shows. Assim, diz, são portunidades sem filtros. Os chatos dos jornalistas, presume-se. (li isto no Público de sábado).

Oportunidades... "sem filtro"
ESTA FRASE sobre o sucesso da campanha de Arnold Schwarzenegger para governador da Califórnia, que passou pela participação do actor em inúmeros "talk-shows", diz tudo (ou quase tudo) sobre os tempos que se avizinham. E também sobre o reduzido papel dos jornalistas nesses tempos. Chamo a vossa atenção para a expressão "unfiltered opportunities" ["oportunidades sem filtro"]: "'Fugimos dos 'media' estabelecidos', disse Sean Walsh, co-director de comunicações da campanha de Schwarzenegger. 'Fomos à procura dos verdadeiros meios de comunicação de massas. Não pedimos desculpa por termos feito muita rádio e televisão. Isso deu-nos 5, 7, 8 minutos de oportunidades sem filtro para fazer passar a nossa mensagem. Fizemo-lo porque podíamos'".

Já imaginaram o que será se a moda pega em Portugal?

Uau! Já estou a ver a campanha presidencial do dr. Pedro Santana Lopes a arrancar, manhã cedinho, às 7 horas, no «Bom Dia Portugal» para fazer a leitura dos jornais do dia Seguia-se uma passagem pela «Praça da Alegria», ao lado de Merche Romero e Jorge Gabriel, para uma entrevista intimista? E à tarde a mesma Merche Romero recebe, no seu «Portugal no Coração», o eng.º António Guterres. Claro que o eng.º também fará uma perninha no «70x7», da RTP-2, futuro canal da sociedade civil... Já imaginaram? Espantoso!

Pensando bem, és engenhoso, Arnie. Como Robocop, ninguém dava nada por ti, ó pázinho! Regista a ideia.
|| portugalclassificado, 00:21 || link || (0) comments |

segunda-feira, outubro 20

O BB morreu

Já sabem que tenho a mania de vos falar das minhas folgas. Fra(n)quezas!

Este fim-de-semana fiz zapping. Fui até à TVI e «estava a dar» o Big Brother (sim, eu vejo aquilo de vez em quando, confesso! Sim... e porque não?) Na imagem da minha TV aparecem dois cidadãos, cujos nomes desconheço, a entrar para dentro de uma enorme cama. O edredon começou então a subir e a descer. Pensei: uma cena de sexo!

No outro dia, vi o Jornal da Tarde da TVI; tentei procurar no 24 Horas. Nada! Escândalo? Nada!

Um conselho ao dr. Moniz: já pode tirar o Big Brother da programação. Desista. já não vale a pena! Enterrem o BB!

O fenómeno não é só português:

http://news.independent.co.uk/uk/media/story.jsp ?story=452384


|| portugalclassificado, 23:57 || link || (3) comments |

Adios, Pepe!

Soube da notícia sábado, quando viajava de carro. Surpreendeu-me!

Imagino Pepe Carvalho, agora que vem aí o Inverno, queimando livros na sua casa de Barcelona. Biscuter está a cozinhar, relatando a receita em voz alta, uma sopa com tocino, chorizo negro e patata. Charo, a mulher das esquinas das Ramblas e do coração de Pepe, sobe sorrateiramente as escadas inclinadas. O telefone toca e não é outro caso estranho, uma morte criminosa travestida de acidente.
É do aeroporto de Banquecoque. O corpo de D. Manuel cansou-se. Morreu.
Pepe Carvalho olhou, incrédulo, para Charo. Sem derramarem uma lágrima. Biscuter assumou à porta da cozinha. Olharam-se. O desejo de D. Manuel consumou-se.

«Gostaria que Pepe Carvalho me sobrevivesse».
Manuel Vázquez Montalbán
|| portugalclassificado, 23:50 || link || (2) comments |

Fontes seguras garantem que...

...um criativo da Tabaqueira foi quase despedido porque, na sua ânsia de descobrir frases-choque para os maços de tabaco, propôs esta:

TOU-ME CAGANDO PRÓ SEGREDO DE JUSTIÇA

- Ó homem, você tá doido! Isso não tem nada a ver com a campanha anti-tabágica, carago!

- Eh pá, sei lá, como vocês tinham pedido frases-choque, e vi esta, pensei...

- Pronto, pronto, mas qu'isto não se repita, ok?

- Sim chefe.
|| JPH, 22:47 || link || (0) comments |

Drama

Como é que os "Frescos" agora funcionam? Help, help, I need somebody help!
|| JPH, 22:37 || link || (2) comments |

Pedido de desculpas ao sr. deputado Cruz Silva

Aqui há tempos censurei o deputado Cruz Silva porque se decidiu a depor presencialmente no DIAP. Censurei-o porque isso contrariava anteriores promessas suas. Conclui que a "palavra de honra" era um valor definitivamente em queda.
Conclui mal. Vim a saber que, afinal, o senhor deputado NÃO testemunhou presencialmente no DIAP. Foi só por escrito. Ou seja: afinal há ainda quem dê valor à palavra de honra. É o caso do sr.deputado Cruz Silva. Ao visado e aos leitores o meu sincero pedido de desculpas.
|| JPH, 18:13 || link || (2) comments |

Saramago

Gosto deste comunista. Gosto sobretudo quando ele anuncia que a sua próxima obra vai ser um "enorme escândalo". Gosto de comunistas dinâmicos que usam as mais evidentes técnicas do marketing capitalista quando se trata de se promoverem a si próprios (e às respectivas contas bancárias). Comunistas sem preconceitos, portanto. Atentos à modernidade.
|| JPH, 16:40 || link || (1) comments |

domingo, outubro 19

Desabafo

Amanhã começa o meu fim-de-semana. Finalmente.
|| Anônimo, 23:05 || link || (5) comments |

sábado, outubro 18

Glória à Guiné-Bissau

Quero aqui agradecer publicamente ao nosso(a) leitor(a) da Guiné-Bissau que todos os dias visita o GF. Obrigada.
|| Anônimo, 23:48 || link || (2) comments |

SMS provocatória

Enquanto me torturo aqui a fechar o jornal, o JPH, em casa, manda-me uma SMS a dizer que a SIC passa um filme com o Sean Connery e o Harrison Ford. Respondo-lhe, não lhe respondo? Uso a linguagem do presidente do Tribunal da Relação?
|| asl, 21:17 || link || (0) comments |

Montalbán partiu

Manuel Vásquez Montalbán morreu. Perdoem o lugar comum, mas o mundo perdeu um dos seus melhores escritores.
|| Anônimo, 14:47 || link || (7) comments |

?????

Mas o que é que o PBM tem andado a ler? Não pode ser mais explícito?
|| Anônimo, 00:59 || link || (2) comments |

Quão semelhante III

Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que, como um acidente em seu sujeito,
Assim co'a alma minha se conforma,

Está no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
|| asl, 00:39 || link || (0) comments |

Hoje é o primeiro dia

Do resto do processo Casa Pia. Boa noite a todos.
|| asl, 00:24 || link || (1) comments |

sexta-feira, outubro 17

Adeus Cuba

Cuba desperta paixões. À esquerda. À direita. Contra. A favor. Fidel Castro também.
O dr. Mário Soares já o cognominou de «dinossáurio». O sr. José Saramago, velho amigo também decretou que os seus caminhos e os do comandante se separaram depois da recente condenação de jornalistas e intelectuais cubanos a penas de prisão por actividades (?) contrarevolucionárias.
Antes de partir para fim-de-semana (um «blogless weekend», como diz a Ana), deixo uma sugestão. Visite a última edição da revista Foreign Affairs em espanhol e leia este interessante artigo sobre Cuba e Fidel. Convém dizer que foi escrito por um jornalista.
|| portugalclassificado, 22:35 || link || (1) comments |

Polícias de costumes 3

Ó Ernesto, o que é a simulação de um "flirt"? Alguém estar a dançar e dar um abraço a um amigo de outro sexo? Beber uns copos e rir alto? Conversar a meia-voz num recanto de uma discoteca? Ir para a varanda olhar para o Tejo com ar nostálgico? Como se define a simulação de um "flirt"? Este caminho é perigoso.
|| asl, 18:59 || link || (0) comments |

Polícia de costumes 2

Não acho que o Paulo Gorjão, do Bloguitica Nacional, defenda que os jornalistas devam ser polícias de costumes. Mas o Guerra e Pas, claramente, fá-lo.
Paulo Gorjão afirma que um discurso moralizador sobre a vida privada deve ser consequente: uma mulher que abortou e vota contra o referendo sobre o aborto deve ser "denunciada" e um político homossexual perseguidor de homossexuais também. Eu percebo. Mas, como diz o Francisco, no Aviz, abrir a porta à devassa da vida íntima traz riscos incalculáveis. Como se avalia a homossexualidade do dito político? Através de fontes fidedignas presentes no quarto no momento da consumação sexual?
Em toda a matéria que envolve a vida íntima, confesso a minha mais profunda repugnância à sua "publicidade". Nessa matéria, estou mais próxima do que escreve o NMP, do Mar Salgado, que defende, como opção radical, o direito dos políticos e das pessoas em geral em mentirem sobre a sua vida íntima. O limite deverá apenas e exclusivamente ser balizado pelo Código Penal.
Para fazer o escrutínio da política através do domínio irracional que, por definição, é a vida íntima, não contem comigo.
|| asl, 13:14 || link || (0) comments |

quinta-feira, outubro 16

Carta Aberta a Jorge Dabliu

Meu caro Jorge!

Há umas semanas, estive aí perto. Não fui aos Estados Unidos, mas andei ali mais para sul. A banhos. Viajei numa companhia de voos charter portuguesa e, devo confessar-lhe, Jorge: as pessoas são muito desleixadas! Já ninguém liga à segurança!
Passo a contar. A minha mulher – cujas tendências terroristas desconhecia até então... – levava, na sua mala de mão, uma perigosa lima de unhas que não foi detectada no aeroporto da Portela. Ou, se foi, não ligaram. Só no regresso a Lisboa a funcionária do aeroporto do Tal-Sítio-Que-Não-Quero-Dizer descobriu a perigosa lâmina na primeira das duas «revistadelas» às nossas malas. A funcionária olhou-nos com atenção, semblante carregado, anunciando solenemente que o transporte de semelhante objecto cortante era mais que proibido pelas normas internacionais, inspiradas pelo meu amigo. Ainda bem que tinha deixado o meu canivete suíço em Lisboa... A esta hora continuaria numa prisão do Tal-Sítio-Que-Não-Quero-Dizer...
Mas, meu caro Jorge, há mais.
Então não é que a companhia de voos charter serviu as refeições com talheres de metal!? A faca era de serrilha e tinha uma ponta pouco afiada, mas, mesmo assim, com aquilo qualquer tarado podia atacar uma hospedeira ou um piloto!
Jorge, tem que pôr as companhias charter na linha. Pode pedir a ajuda daquele grupo de agentes da GNR portugueses que vai para o Iraque.

Despeço-me,
com amizade e sem ironias,

Nuno
|| portugalclassificado, 23:26 || link || (3) comments |

Polícia de costumes

O JPH, ainda que por vezes um bocadinho bruto, é um cândido. Aqui há dias escrevia neste blogue que os políticos tinham "direito ao adultério" e que o jornalismo português, por muitos defeitos que pudesse ter, não era polícia de costumes da classe política.
Ora, basta dar uma espreitadela ao Guerra e Pas - (que defende que um político casado que tenha amantes deve ser "frito pelos tablóides" ou receber uma mensagem de um jornalista para "inventar algum cansaço" e demitir-se) para perceber o tamanho da candura do JPH. O caminho para a conversão aos costumes WASP (white anglo-saxon protestants) emerge. Ler também o Aviz, o Adufe, o Bloguitica Nacional.
|| asl, 22:22 || link || (1) comments |

Words and songs

Os Wordsong têm estas magníficas particularidades: iluminam a poesia de Al Berto (fazem-nos redescobrir cada poema, oferecem novas tonalidades às palavras, nascem outras leituras), têm composições musicais excelentes e a voz de Pedro d'Orey é daquelas que apetece ouvir a noite fora, sem parar.
Apenas uma palavra sobre o concerto de ontem à noite no CCB: excelente, excelente, excelente.
|| Anônimo, 20:03 || link || (0) comments |

Poe gostava mais de escaravelhos

ZDQ : não, não era um "besouro", mas um "escaravelho" - "O Escaravelho de Ouro", Edgar Allan Poe, edições Rolim.
|| Anônimo, 17:35 || link || (3) comments |

Regresso do Simas

Saúdo o camarada Simas, felizmente regressado à glória, depois de um escandaloso interregno. Meu querido amigo, não nego que a tua ausência estava a causar alguma tensão no seio da Glória Fácil. Aliás, aproveito a discrição deste meio para te contar algumas manobras de bastidores em que foste directamente visado. A maioria dos membros do blogue (todos menos tu, que não foste convocado) reuniu-se, na segunda-feira à noite, num bar perto do Jardim da Estrela, com prolongamento numa tasca da Ribeira. No decurso dessa reunião foi analisada (compungidamente é certo) a hipótese de trespasse da tua quota no Glória Fácil. O JPH ficou mesmo de falar com a PT, para contactos exploratórios. Felizmente, já não é preciso. Isto deve ter sido telepatia. Um abraço.
|| asl, 15:50 || link || (0) comments |

O Pipi plastificado

Durante as minhas folgas comprei O Diário de O Meu Pipi. Foi na Fnac. Na capa há um sério aviso: «não aconselhável a menores de 18 anos.» Quis folhear o livro, mas não consegui. A coisa (salvo seja, já que falamos do Pipi) vinha embrulhada num plástico espesso, forte. Uma espécie de preservativo. Para preservar a inocência dos espíritos mais vulneráveis, dos leitores mais desprevenidos.
Foi difícil desarmar as páginas do Pipi... Só com o recurso a uma faca – que pedi emprestada a uma atónita funcionária de um café – conseguiu retirar, e a custo, o malfadado plástico.
Moralismos... Não há direito, oh Mestre!

Post Scriptum: Ao ler (reler) os textos do Pipi, confesso: todos temos um Pipi dentro de nós (salvo seja, já que falamos do Pipi!).
|| portugalclassificado, 14:23 || link || (0) comments |

Escrever

HCESAR
Aquele que vai escrever (o menos produtivo dos escribas aqui do sítio) vos saúda!

Hoje não estou para escrever sobre coisas sérias!!

QWERT YU
|| portugalclassificado, 14:14 || link || (0) comments |

quarta-feira, outubro 15

Durão & Saraiva

"Confissões de um director de jornal" inclui passagens do diário de José António Saraiva. A 16.11.95, pode ler-se:

Almoço com Durão Barroso no T-Clube, no Espelho d'Água, em Belém. Chega um quarto de hora atrasado e explica que foi surpreendido por uma alteração no trânsito. Conta que tem um motorista particular!
A verdade, também, é que a mulher está doente e tem três filhos pequenos. O objectivo do almoço é combinar uma colaboração regular no Expresso. Explica que não lhe interessa ter uma coluna semanal, que o obrigaria a falar de temas de actualidade política, a que se quer furtar. Combinamos um artigo mensal na Revista. Insiste em discutir o pagamento. Depois de instado por mim, pede 200 contos por artigo. Aceito. Falamos do PSD. O essencial será publicado na manchete do Expresso de sábado, 18.11. Diz que a realização de um congresso extraordinário lhe é indiferente, porque não é candidato à liderança. Sustenta que a liderança está bem entregue a Fernando Nogueira, mas penso que o faz por razões tácticas. Ninguém quer abrir guerra a Nogueira para já, mas estão a afiar-se as espadas para daqui a dois ou três anos. Durão Barroso diz-me, por exemplo, que a direita não gosta de Nogueira, "até pela barba". Faz uma teoria sobre as barbas e os bigodes, dizendo que o facto de dirigentes políticos e sindicais terem cortado as barbas e os bigodes foi um bom sinal. Cita Guterres e Torres Couto (mas também há Marcelo e Henrique Granadeiro...). Parece não ver que eu também uso barba... e só no fim diz que o meu caso é diferente porque tenho a barba bem aparada! A propósito da falta de empatia da direita com Nogueira, mostra-se preocupado com o avanço do PP.
(...)
Diz que está satisfeito com a sensação de liberdade após a saída do Governo - e conta, como uma coisa extraordinária, que andou em Lisboa a pé com calças de bombazina.
|| asl, 22:24 || link || (1) comments |

O arquitecto

Comecei a ler, em ziguezague, o livro do director do Expresso, José António Saraiva, "Confissões de um director de jornal". Compartilho com todos os buscadores de Glória Fácil o excerto seguinte, retirado da pág. 211:

Estas pessoas da Revista fazem uma vida à parte e têm um modo de funcionamento especial. Ironicamente, o sótão onde estão instaladas foi recuperado por mim. Antes, esse espaço era ocupado por lúgubres arrecadações, sem luz, abandonadas e imundas. Eu tomei a iniciativa de fazer o projecto de recuperação e dirigi pessoalmente as obras. O sótão ganhou um ar moderno e acolhedor. Abri clarabóias no telhado, fazendo entrar a luz. Os tectos amansardados foram forrados a aglomerado de cortiça na cor natural. Pintei todas as madeiras a esmalte vermelho escuro e forrei o chão com alcatifa de sisal. Nos corredores, os velhos tijolos à vista foram limpos e pintados, directamente, a tinta branca brilhante, mantendo a textura. Por este trabalho de arquitecto, que me deu muito prazer, não quis receber dinheiro - acabando a pedir a Balsemão, como pagamento simbólico, um quadro de Vítor Fortes.
|| asl, 20:38 || link || (3) comments |

Das virtudes da globalização

Segundo informa o "site meter", este blogue está a ser lido, pelo menos, na Guiné-Bissau, na França, na Alemanha, nos Estados Unidos. Saudações à globalização.
|| asl, 18:52 || link || (0) comments |

À atenção dos meus amigos

Peço aos meus queridos amigos que lêem o blogue que não me falem do processo Casa Pia. Desejando libertar-me de algumas matérias fora do campo profissional, solicitava a todos que riscassem este assunto dos diálogos futuros, em nome de algum descanso mental que sinto ser necessário. Continuo, como sempre, disponível para trocar ideias sobre nada, chuva, música (inclusivé pirosa), trapos, intrigas intrigantes, cozinha, telenovelas da TVI, alguns poetas mais acessíveis, cinema de massas, como deixar de fumar, e o resto que todos sabem. Por favor, passem a mensagem aos "blogless friends". Obrigada.
|| asl, 13:53 || link || (1) comments |

Campana às avessas no Rossio

Se Humberto Campana, designer brasileiro, visitar o espaço que outrora albergava a Valentim de Carvalho, no Rossio, e onde estão expostas algumas das suas peças únicas, sofrerá provavelmente um ataque de nervos. Isto porque nenhum visitante respeita o aviso "Proibido mexer nos objectos".
Ontem, ao fim da tarde, as pessoas que deambulavam pela exposição (integrada na Experimenta Design 2003- Bienal de Lisboa) não descansaram enquanto não "apalparam" tudo: mexeram e tactearam longamente todos os materiais, sentaram-se nos sofás, tropeçaram em objectos dispostos no chão e houve momentos em que a ameaça de danificar os originais esteve bem perto. Enfim, uma confusão. Tudo isto sob a aflição surda do vigilante. Será que isto só acontece neste país?
|| Anônimo, 13:37 || link || (1) comments |

terça-feira, outubro 14

Lei das incompatibilidades (sobre a TSF)

O Cibertúlia propõe, a propósito da Nova Identidade Musical (NIM) da TSF, um regime de incompatibilidades para os fazedores de "play-lists". Concordo. Mas queria dizer algo mais: "aquilo" - a tal NIM - está-me a provocar uma irritação muito superior ao que esperava. Uma coisa que me dá ganas de atirar o rádio contra a parede!

Gostava da TSF por causa das notícias, mas também como rádio musical, pela possibilidade de ouvir coisas que não se ouvem noutro lado, escolhidas com bom gosto, bom-senso, fora (mas não demasiado) do "mainstream". A música levava-me de um noticiário ao outro e fazia-me ter paciência para a publicidade (um mal necessário).

Agora acabou. Não dou prós peditórios que incluem Ramazzotti e "Idades das Inocência" e porcarias afim. Salto logo para a Vox ou para a Luna (uma Antena 2 sem a mania do eruditismo) ou então para as rockalhadas puras e duras da Antena 3. Às horas e às meias-horas volto às notícias.

Suspeito, aliás, que anda muita gente a fazer o mesmo. E aqui bate o ponto: as inteligências que inventaram esta "play-list" da TSF pensam que a estação cresce sendo cada vez mais igual às outras todas. Erro, erro, erro! Entre o original e a cópia, o pessoal vai pelo original (questões de hábito, algo muito importante quando se fala de audiências dos "media"). Enquanto isto, os fiéis da TSF (cujo número estava a aumentar, na anterior direcção) vão fugindo. Quem manda naquela rádio não percebeu que a principal riqueza de uma rádio (como de um jornal ou de uma TV) é a sua diferença em relações aos outros. Ou seja: ter uma identidade própria claramente afirmada. E se calhar pensa que a identidade musical da TSF é uma espécie de parente pobre da identidade sonora global da estação, o que é um rematado disparate.

Eu deixei de reconhecer aquela rádio, nos períodos entre notícias. Não sei o que se pode fazer para que "eles" percebam que assim não vão lá - mas sei que é preciso fazer qualquer coisa. Gostava de ouvir, por exemplo, o que o Bruno tem a dizer.

P.S. - Do causómetrista (medidor do tamanho das causas) da blogosfera já não espero nada. É óbvio que JPP não irá cumprir a sua promessa de falar mais extensivamente sobre a TSF (lembram-se? Eu lembro-me) enquanto não vender o "Flashback" a outro "media" qualquer. Uma opção ética, naturalmente.

|| JPH, 13:04 || link || (0) comments |

Camões, quão semelhante...

É por não ter paciência para dramalhões que gosto disto.

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida;

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: - Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida.

|| asl, 13:03 || link || (0) comments |

segunda-feira, outubro 13

Inconsolável...

...é como me sinto. Devo estar a perder qualidades. Elogiei os jornalistas (essa corja) a propósito de um tema picante (políticos e adultério) e, na resposta, nada, zero, nicles, picles, zicles. Estais a dormir? Trocam-me pela Ana Gomes? Por amor de Deus! Boa noite, até amanhã.
|| JPH, 23:39 || link || (1) comments |

Amizade

Este senhor é meu amigo. E meu compadre. E ensinou-me muito. E deve ser lido. Leiam-no. Obrigado. Boa noite.
|| JPH, 22:38 || link || (0) comments |

Moralismos

O Retórica e Persuasão escreveu um notável texto sobre as obsessões moralistas e outras de JPP. A ler.
|| asl, 13:23 || link || (0) comments |

Camões grande Camões quão semelhante...

A D. Quixote editou a Lírica de Camões, com prefácio de Fernando Pinto do Amaral. É uma edição muito boa de manejar (a que até agora me dava jeito ainda era aquele "clássico" da colecção RTP das Verbo, que foi editado há 200 anos).
Et por cause, aí vai:

Busque Amor novas artes, novo engenho
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.
|| asl, 11:43 || link || (2) comments |

Mais bombons

Então foi assim: eu tinha o Jacques Brel muito bem arrumadinho, sabe Deus onde. O Terras do Nunca desatou a "comemorar" os 25 anos da morte de Brel, poste aqui, poste acolá. Por causa dele, apanhei no fim-de-semana uma "overdose" de "bonbons". Obrigada, JMF
|| asl, 11:36 || link || (0) comments |

domingo, outubro 12

Os políticos e o adultério

Aqui escreve-se um dos textos mais justos (e certeiros) que já li sobre a nossa classe política. Subscrevo na íntegra. Ou melhor: quase na íntegra.

Acho que Pedro Lomba se engana quando escreve que "os políticos não têm direito ao adultério". É falso. Até agora o jornalismo português tem sido, genericamente, bastante tolerante com os "pulos da cerca" da nossa classe política - e dos(as) respectivos(as) cônjuges. No que acho muito bem, porque adultério já não é crime previsto no Código Penal. É, quanto muito, condição agravante num processo de divórcio.

Obviamente que neste comportamento "tolerante" (ou permissivo, dirão os diáconos Remédios da nossa praça) há excepções. Vejo a imprensa cor-de-rosa pisar algumas vezes o risco. Mas aí também sou compreensivo por achar que os visados estão, na maior parte das vezes, "a pedi-las" (se abrem as portas dos seus casamentos à curiosidade pública porque carga d'água acham que as podem fechar na altura do divórcio?).

E há uns anos ocorreu uma excepção, o célebre "Dantas" do "Semanário", que, mais do que os políticos, visava os jornalistas (uma cambada de adúlteros, como toda a gente sabe). Emídio Rangel e Filipa Garnel resolveram muito bem o problema com umas chapadas no director daquela porcaria.

Em suma: o jornalismo português padece de vários defeitos e problemas, sendo o maior deles o desinvestimento dos respectivos "capitalistas" em redacções convenientemente apetrechadas para fazer investigação como deve ser. Mas há um defeito que não tem: ser polícia dos costumes sexuais (não criminosos) dos políticos. Repito: acho muito bem.
|| JPH, 16:49 || link || (0) comments |

Serviço Público

O parecer do Conselho Económico e Social sobre as GOP's para 2004 está aqui.
|| JPH, 16:00 || link || (1) comments |

Lucien Freud

O maior pintor vivo está reproduzido aqui.
|| Anônimo, 15:49 || link || (1) comments |

Aviso!

Está em produção um "post" sobre um tema "very spicy": Os políticos e o adultério. Até já. Boa tarde.
|| JPH, 15:10 || link || (1) comments |

sábado, outubro 11

Missão impossível II

Ainda no âmbito do post anterior: amigos leitores, o vosso blogue merece saudações e a ideia de partilhar leituras só pode ser louvável, mas a proposta que fizeram era dispensável. Não é muito mais interessante promover a reflexão e o debate sobre literatura?
|| Anônimo, 21:51 || link || (0) comments |

Missão impossível

Os leitores enviaram-nos um mail com uma proposta: fazer uma espécie de encenação do "Ulysses", de James Joyce, contratando "bloggers conhecidos" para a interpretação das personagens do romance.
Em primeiro lugar, gostaria de saber o que são "bloggers conhecidos". São aqueles que aparecem na televisão? Nas revistas? Só podemos apontar os mediáticos? É que se assim for, então vai ser muito difícil escolher "encaixar" a realidade na ficção.
A blogosfera ainda não é assim tão abrangente para dela se retirarem figuras romanescas.
|| Anônimo, 21:43 || link || (0) comments |

D'alto abaixo

Retomo hoje uma rúbrica lançada há décadas aqui no Glória Fácil (e a próxima edição levará certamente mais umas décadas a produzir). É o nosso sobe & desce alternativo.

A SUBIR

Maestro Graça Moura - Da orquestra não sai, da orquestra ninguém o tira. Isto sim é devoção ao serviço público. (Agradecimentos pela inspiração a este senhor).

GNR - Pela apreensão de cerca de 250 quilos de cocaína pura ao longo da costa alentejana. Tudo se passou assim: a droga foi dando à costa, vinda sabe-se lá de onde. Numa operação de enorme risco, tacticamente planeada ao milímetro há meses, os soldados meteram-se ao caminho e foram apanhar a droga nas praias. "Pela lei e pela areia".

A DESCER

Deputado Cruz Silva - Esta semana depôs, presencialmente, no DIAP. Vergonha, vergonha! Tinha-nos prometido que nunca o faria. A palavra de honra é, definitivamente, um valor em queda. Emigremos.

Academia Sueca - Atribuiu o Nobel da Paz uma absoluta desconhecida iraniana. E o Bush? E o Sharon? E o Blair? Não o mereciam muito mais? Ele há coisas...
|| JPH, 17:01 || link || (0) comments |

Profissões que desapareceram (III)

Recebemos, e queremos continuar a receber, se acharem por bem, algumas contribuições para esta série. Uma delas, porém, sobre os jornalistas, desapareceu do nosso mail. Se o autor pudesse reenviar, agradecia.

José Silvestre lembrou-se, a este propósito "dos amoladores de tesouras (e facas) que costumavam invadir as ruas com o silvo característico das suas gaitas de beiços, e também dos relojoeiros que à custa de tanto relógio digital vão, aos poucos, entrando para essa categoria das profissões em vias de extinção."

Joaquim Paulo Nogueira, que inventou para esta secção um título muito melhor do que aquele que inventei (a saber: "Obituário das profissões") fala de uma série de actividades ligadas ao teatro que ou morreram ou estão a morrer.

"Já houve um tempo em que os pintores de telões não tinham mãos a medir. Os telões eram pintados à mão, exigindo tempo e grandes superfícies tanto para a preparação do pano como para a pintura e secagem. Hoje a tecnologia de impressão permite sofisticados efeitos mas haverá sempre quem, ao passar à porta de um teatro, se recorde de uma vivacidade apelativa que só aquele artesanato conseguia criar;

Durante muitos anos pareceu impossível que a representação pudesse ocorrer sem a compreensiva e discreta intervenção do ponto. Hoje já não é assim, como destaca um excelente trabalho aparecido na Visão, a que já aqui fiz referência.

...não será ainda a extinção do contra-regra, talvez apenas o desparecimento daqueles quase míticos contra-regras que, sem deixarem discípulos, foram vendo também muitas das suas funcionalidades escaparem-se para outras actividades, desde a direcção de cena até à polivalente e muito usada hoje assistência de cena.

[quem consulte o pequeno tratado de encenação de António Pedro, encontrará decerto muito mais profissões em desuso, muitas delas especificamente ligadas ao universo do teatro de revista, este também, enquanto se espera a criação de uma área protegida no Parque Mayer, em vias de extinção. Ou melhor, em luta contra a sua extinção. O que poderá, felizmente, não ser a mesma coisa.]
"

Obrigado.
|| JPH, 16:25 || link || (0) comments |

Não...

...não estamos de folga. Vem já aí qualquer coisinha. Até já. Boa tarde.
|| JPH, 16:23 || link || (2) comments |

sexta-feira, outubro 10

Bom fim-de-semana

Preparo-me agora para um "blogless weekend". Acho que ainda não é desta que arrisco um "expressoless weekend". Alexandre Monteiro escreveu afirmando que considera mais útil que um "blogless love" um "loveless blog". Como gosto de trocadilhos, acho que sim.
|| asl, 23:22 || link || (0) comments |

"Porque não vou à festa do Desejo Casar"

Eu sei que este título é um absurdo. Sei que a festa já foi. Sei também que tinha planeado lançar uma "posta", antes da festa, intitulada "Porque não vou à festa do Desejo Casar". Escrevi-a num bloco. Agora que tenho um tempinho, ei-la.

"Não vou. Já disse: não vou. Não é por nada, mas andar por aqui para conhecer pessoas não me parece bem. Recuso as desilusões, as que posso evitar. E (no que vai dar ao mesmo) as ilusões. Andando por aqui ainda não conheci ninguém. Quanto muito re-conheci. Reencontrei - o caso do JMF do Terras do Nunca, um velho amigo que não via há muito.

Além do mais, a vida é lixada. Podemos muito bem ter o coração superlotado de amigos e amores. Não querer mais. Não nos arriscarmos a conhecer mais. É possível, como sabem. Não quero conhecer mais ninguém.

Ou melhor: quero mas não quero (porque não querer conhecer pessoas é uma rematada imbecilidade). Não sei bem. Talvez até lá vá, à festa, afinal de contas. Isto é tudo muito confuso, bem sei.
"

Nota final: Não fui porque não pude, rigorosamente. Obrigado pelo convite.
|| JPH, 22:25 || link || (0) comments |

TSf - O aviltamento

Aos dias úteis, entre as 22h00 e a 01h00 da manhã, a nossa rádio ausenta-se do espaço público (excepto durante os noticiários). A "Idade da Inocência", uma coisa importada (se não erro) da Rádio Comercial, representa um aviltamento completo da identidade sonora da TSF.
|| JPH, 19:48 || link || (3) comments |

Evidência omitida

Sim, sim, claro. E é preciso não esquecer que o moralista "O Independente" foi, no consulado de Paulo Portas, um expoente máximo do jornalismo de esquerda. Ou não?
|| JPH, 19:18 || link || (0) comments |

E depois?

Ó JPH e o que são carapaus com bigodes? E sardinhas de capoeira?
E já agora, não queres que toda a gente saiba que o screensaver do teu computador é a imagem de um deserto, pois não? Imagem, aliás, com a qual sentes uma grande empatia...
|| Anônimo, 17:10 || link || (0) comments |

Remodelações, libertações, revelações

Nestes dias de remodelações e libertações, que me tornaram impossível a blogagem, ocorreu também uma revelação. Levei a MJO a almoçar a um dos melhores restaurantes de Lisboa ("Varanda Azul", no estádio do Restelo, aceita cartões, tem uma vista linda sobre o Tejo). E aí ela foi confrontada com uma inusitada surpresa: os peixinhos da horta não têm espinhas.
|| JPH, 16:50 || link || (2) comments |

Moralismos

Às segundas, quartas e sextas investimos contra o moralismo. Às terças, quintas e sábados, moralizamos. Aos domingos, vamos à missa. O género jornalístico-comentador-blogger não oferece muitas surpresas.
|| asl, 16:39 || link || (0) comments |

O fim

Acabou outro dia! As emoções (?) não param. É uma canseira. O País está a viver tantas emoções que corre o risco de perder o tino...
Lembram-se daquela ideia de pôr Portugal inteiro (mesmo!) de férias?
|| portugalclassificado, 00:12 || link || (0) comments |

quinta-feira, outubro 9

"Blogless love"

São fascinantes as mensagens cifradas, os suspiros indirectos, alguma sedução digital de que por vezes se ocupa a blogosfera. Nada disto é possível com um "blogless love".
|| asl, 19:16 || link || (0) comments |

Não custa nada salvar uma vida

Uma reportagem de cerca de cinco minutos na SIC conseguiu mobilizar mais pessoas do que muitos anos de campanhas publicitárias. Nos últimos meses, o Centro de Histocompatibilidade do Sul, que procede ao registo de dadores de medula óssea, recebeu milhares de inscrições. O número de voluntários, porém, tem ainda de crescer mais de forma a salvar ainda mais vidas. Não custa nada. Basta visitar este endereço, preencher um questionário e enviar para a instituição.
Depois, é preciso aguardar por uma carta que encaminhará o dador para a Faculdade de Ciências Médicas (isto para quem vive em Lisboa), de forma a ser realizada uma pequena recolha de sangue. Não custa nada. Então, de que é que estão à espera?
|| Anônimo, 14:46 || link || (0) comments |

Bombons

Verdadeiro serviço público foi o que fez o Terras do Nunca a propósito dos 25 anos da morte de Jacques Brel.
Fui lá copiar um excerto da minha preferida, “Les Bonbons”, uma maravilhosa prova da imortalidade das canções de humor.

"Et nous voilà sur la Grand'Place
Sur le kiosque on joue Mozart
Mais dites-moi que c'est par hasard
Qu'il y a là votre ami Léon
Si vous voulez que je cède ma place
J'avais apporté des bonbons

(…)

Je vous ai apporté des bonbons
Parce que les fleurs c'est périssable
Puis les bonbons c'est tellement bon
Bien que les fleurs soient plus présentables...
|| asl, 11:47 || link || (0) comments |

Porta aberta aos intrusos

Depois de um dia frenético e ainda sem jantar, faço uma ronda pelos blogues e descubro um poema do Juan Luis Panero num espaço de leitura obrigatória. Ainda por cima têm lá o José Tolentino Mendonça. É preciso dizer mais alguma coisa?
|| Anônimo, 00:15 || link || (0) comments |

quarta-feira, outubro 8

Ao FNV, do Mar Salgado

Uma gentileza agradece-se. Mesmo quando não concordamos. Obrigada.
|| asl, 22:30 || link || (0) comments |

Segue dentro de momentos

Remodelações, libertações e congéneres emoções dão cabo das forças dos membros deste blogue. Voltaremos com o sossego.
|| asl, 22:27 || link || (3) comments |

terça-feira, outubro 7

Protesto

As porcarias das remodelações dão-nos cabo das audiências. Pare lá com isso dr. Durão!
|| JPH, 23:22 || link || (4) comments |

Obrigado mestre

O Pipi mandou-me o seu livrinho aqui para o farol da imprensa ocidental. Acho que fui o único do Glória Fácil a merecer esse privilégio. A MJO morre de inveja.
Obrigado mestre!
|| JPH, 23:14 || link || (0) comments |

segunda-feira, outubro 6

Leituras de fim de semana (III)

O simpático Fernando Viegas compreendeu perfeitamente as minhas dúvidas sobre o artigo blogosférico de António Guerreiro no "Actual" do "Expresso". Já este senhor decidiu complicar tudo - mas parece-me que é só a brincar, assim como quem parodia (até ao enjôo) o artigo em causa. Parece-me - mas não tenho a certeza. Se calhar já se iniciou um campeonato de Ser o Mais Ininteligível Possível. Sei lá.
|| JPH, 22:17 || link || (2) comments |

Profissões que desapareceram (II)

1. O seu a seu dono: o Mar Salgado afirma ter tido no princípio de Agosto (antes ainda de nascer o Glória Fácil) a ideia sobre as profissões que desapareceram. Como diria o general Eanes, "está reposta a legalidade democrática". Já agora, um agradecimento ao FNV por causa do "Solidarnosc". Eu próprio não diria melhor.

2. Já recebemos algumas colaborações sobre esta "série" das profissões que desapareceram. Amanhã falaremos.
|| JPH, 19:00 || link || (2) comments |

Literatura quase de graça

Na Figueira só existe uma boa livraria, a centenária Havaneza, localizada no centro da cidade, onde também se podem comprar jornais e revistas internacionais. Andei por lá a ver as novidades editoriais de Setembro, mas não cheguei a comprar nenhum livro. As férias foram exclusivamente para Tolstoi e para essa "empreitada", como comentou um amigo, que foi ler o "Guerra e Paz". Um livro que ao virar de cada página provocava uma "sensação de vento nas têmporas", como escreveu Gracq a propósito daquela literatura que ilumina o leitor.
Agora deu-se o regresso a Lisboa e o fim-de-semana foi partilhado entre a FNAC e o mercado do livro, na Ribeira. Na primeira encontrei o Salinger ("Carpinteiros Levantem Alto o Pau de Fileira" e "Seymour, Uma Introdução") a 2 euros e pouco. Já tenho o livro, mas apeteceu-me logo comprar todos os volumes que estavam na estante e apoderou-se de mim aquela vontade urgente de gritar e dizer que estava ali uma obra-prima por apenas 2 euros.
No domingo, ao fim da tarde, mais espantos: no mercado da Ribeira encontro o Gadda, o Faulkner e o Vicente Aleixandre por 5 euros e um Gracq por 1 euro! Entre muitos exemplares do comércio literário por grosso ainda se conseguem descobrir algumas pérolas.
|| Anônimo, 18:17 || link || (1) comments |

Sobre a existência de Deus

Começo a ter umas ideias sobre o assunto. Concluí que Deus existe...às vezes. No sábado à noite Ele existiu: o Canal 18 esteve descodificado por uns momentos.
|| JPH, 16:20 || link || (0) comments |

Leituras de fim de semana (II)

Ininteligível...ou quase. Acho que consegui entender a mensagem de um artigo sobre blogues assinado por António Guerreiro (AG), no caderno Actual do Expresso (págs. 54 e 55) e intitulado "A reportagem universal". Inclui um elogio a um blog entretanto extinto, por contraponto com o Abrupto. Do artigo todo retive uma coisa: o esforço imenso que António Guerreiro fez para ser entendido pelo menor número possível de leitores. Parabéns.

Escrever e ser entendido por toda a gente é, sem sombra de dúvidas, na ideia de AG, uma manifestação de inferioridade cultural - uma rafeirice pura e simples. Entendo-o perfeitamente. Mas eu, por mais que tente, não consigo resistir à tentação de estar sempre a tentar que me entendam à primeira.

Tanto assim que estou a pensar em divorciar-me do Glória Fácil, onde são todos imensamente eruditos, a começar pela MJO, que leu o "Guerra e Paz" durante as férias. Pondero lançar um blog só meu, exclusivamente meu, intitulado O Abrunho.

Posto isto, venham daí esses insultos!
|| JPH, 15:09 || link || (0) comments |

Leituras de fim de semana (I)

Imperdível: o artigo de Paulo Pinto Mascarenhas (PPM) n'"O Independente" (página 20), intitulado "Passatempo PP". Um belo exercício de memória. O articulista foi ao arquivo e encontrou um artigo de JPP sobre a imigração árabe na Europa publicado no farol da imprensa ocidental em 6 de Junho 2002. Onde se lêem frases como estas:

"A Europa não tem capacidade de integrar imigrantes como o melting pot americano. A política e os media não têm capacidade de enunciação desta questão porque o discurso politicamente correcto faz com que falar destes problemas seja entendido como xenofobia."

"Hoje, estes homens e estas mulheres, empurrados pela mesma miséria. chegam com a identidade de uma cultura contra a qual a Europa combateu quase 1400 anos, e vice-versa. Pensam que isso não é importante e que o bom-avontadismo multicultural chega?"

"Agora estes árabes que não querem ser europeus, nem alemães, nem franceses, nem belgas, chegam a uma Europa que não tem uma forte mobilidade social como os EUA - efeitos perversos do 'modelo social europeu' - e estão condenados a permanecer num limbos entre dois mundos. É uma receita para o desastre."

Paulo Pinto de Mascarenhas remata assim: "Xenófobo, José Pacheco Pereira? Eu não diria tanto - e até compreendo que, por vezes, os pensamentos podem ser traiçoeiros."

Comentário oficial: Concordo com ambos, PPM e JPP.
|| JPH, 14:43 || link || (4) comments |

Uma irritação

Como é possível que um concerto da Mafalda Veiga encha o Coliseu dos Recreios? Uma amiga responde-me: a moça tem uma família enorme, "são mais qu'às mães". Pronto, sinto-me esclarecido. Mas permitam-me uma perguntinha: é da minha vista ou estamos perante a musiquinha mais profundamente banal e pãozinho sem sal de que há memória?
|| JPH, 14:37 || link || (0) comments |

Aviso

Atenção rapaziada! A MJO, essa ganda maluka, está de volta . Todos aos abrigos!
|| JPH, 14:01 || link || (3) comments |

Desencanto no regresso

Gostaria de escrever, neste meu regresso, um post parecido com aquele que o Zé Mário redigiu aqui há uns tempos, saudoso da blogosfera. Mas não consigo. É verdade que tive algumas saudades do meu computador, mas a maleita só durou uma semana. Apesar de distante, fui acompanhando, através dos meus amigos, alguns acontecimentos bloguísticos. Fiquei contente pelo regresso do Pedro e pela criação de alguns novos blogues. Contudo, a leitura dos mails para o Glória Fácil e uma breve ronda pela blogosfera resultou mais em desencanto do que em entusiasmo.
Não bastavam já alguns posts e mails realmente ofensivos, como ainda se assiste a uma concorrida feira da ladra, com toques exibicionistas e conspirações ridículas. Tudo isto condimentado com reais sentimentos de inveja. Quando o JPH escreveu sobre o ódio aos jornalistas explicou que os ataques se deviam à "tolice". Eu chamo-lhe outra coisa: inveja. É exactamente por este sentimento mesquinho que recebemos muitos ataques gratuitos na blogosfera e mails vergonhosos. Espero que não haja equívocos sobre a minha frontalidade.
|| Anônimo, 13:51 || link || (0) comments |

sexta-feira, outubro 3

Profissões que desapareceram

Reconhecendo a inspiração de onde ela efectivamente vem, gostaria aqui de lançar uma série, aberta à colaboração de toda a gente (mail no canto superior esquerdo), sobre as profissões que nos últimos anos foram desaparecendo, nomeadamente devido às galopantes evoluções tecnológicas em curso. No jornalismo há alguns casos. Dou um exemplo:

1. Os técnicos de laboratório (também conhecido por "impressores" ou por "fotógrafos de laboratório"): Num outro jornal em que trabalhei, os fotógrafos perdiam o controlo sobre o seu trabalho assim que regressavam à redacção. Tiravam o rolo da máquina e entregavam-no aos tais impressores. Estes faziam as provas. Depois alguém escolhia a foto a ser publicada. E a foto era então revelada, no papel, como se fazia à antiga, num laboratório às escuras cheio de baldes com liquidos esquisitos. Uma vezes ficava bem, outras nem tanto. O fotógrafo via o resultado do seu trabalho no dia seguinte, impresso no jornal. Mas depois isso acabou. Vieram as máquinas de revelação (aquelas que ainda existem nas lojas). E agora até essas máquinas estão a desaparecer, com o aparecimento das máquinas digitais. Os reveladores, entretanto, despiram as batas e foram reformados. Não havia reconversão possível. Não imagino o que é feito deles.

2. Cenógrafos são os que, nas televisões, montam os estúdios. Estão a ser, progressivamente, "dispensados" devido à emergência dos cenários computadorizados. Não tem havido reconversão. Duas ou três pessoas passaram a fazer, com um teclado à frente, o que antes era feito por uma dúzia.

3. Montadores são os que, na rádio e na televisão, montam as peças (cortam os sons ou as imagens, cruzam-nas com o texto escrito pelos jornalistas, tranformam uma peça em bruto numa peça jornalística). São técnicos - mas nem por isso menos jornalistas. Estão a ver a sua profissão em risco porque vão surgindo cada vez mais programas informáticos que permitem ao jornalista fazer tudo sozinho.

Três exemplos apenas. Sei que o assunto é talvez um pouco mais pesadote que a série sobre os objectos que desapareceram. Não há aqui ponta de nostalgia.
|| JPH, 14:22 || link || (10) comments |

A propósito do Dia Europeu Sem Carros (IV)

Meu Caro,

Não me parece que você queira ver Lisboa a arder. Mas no entanto é esse o título do seu blog. A coisa tem, portanto, valor de ironia. Eu entendo e acho muito bem.

Serve isto para lhe dizer - a si mas também à Sofia - que aquilo que escrevi foi só uma brincadeira. E agora, para reforçar esta explicação, vou escrever em maiúsculas e em "bold": EU NÃO QUERO ESMIGALHAR O CRÂNEO A NINGUÉM. NEM ATROPELAR VELHINHAS (NEM QUEM QUER QUE SEJA) NAS PASSADEIRAS. NUNCA QUIS, NUNCA HEI-DE QUERER. ESTAVA SÓ A BRINCAR. CAPICCE? A “Shyznogud” (ver texto abaixo) percebeu. Você, a Sofia e vários outros bloguistas não entenderam. Azar o meu. Não foi a primeira vez, nem será a última, que me levam as ironias a sério. Acontece comigo, acontece com toda a gente que corre o risco de usar a ironia como instrumento argumentativo.

Mais duas notas, uma sobre o anonimato outra sobre o ser jornalista e bloguista em simultâneo.

1. Só estou contra blogs anónimos quando o anonimato é uma condição de cobardia dos seus autores. Quando esses autores fazem o blog anónimo para poder dizer coisas (insultos, nomeadamente) que, dando o nome, não diriam. Não é (repito: não é) o caso do Lisboa a Arder. Criticou-me duramente mas sem ir ao insulto. Bem haja por isso.

2. Sou jornalista mas no Glória Fácil (GF) não faço jornalismo. Repito, novamente em maiúsculas e em "bold": NO GLÓRIA FÁCIL NÃO FAÇO JORNALISMO. O blog serve apenas para despejar os disparates que me vêem à cabeça (o Ano Europeu sem Peões foi um deles e outros virão). É errado tirarem-se conclusões sobre as minhas qualidades (e defeitos) jornalísticos a partir do que escrevo no GF. Isso aconteceu, irá acontecer de novo, mas é errado. E de uma coisa tenho a certeza: se tivesse um blog anónimo não estaria sujeito a um décimo das críticas a que estou sujeito por assinar no GF com o meu nome. Um risco de que estava consciente. É a vida. Faz parte do tal “growing up in public” de que aqui tanto se falou.

3. Posto isto gostaria, se não se importam, de dar por encerrada a conversa. Abraços
|| JPH, 14:00 || link || (2) comments |

Anjo do mundo

Pedro Gomes nasceu em Santa Maria, mora em Ponta Delgada, é advogado e já parlamentou em várias assembleias. Tem um blogue chamado Anjo do Mundo, que o Glória Fácil passou a frequentar. O Pedro, que é católico, escreveu uns postes muito interessantes sobre João Paulo II. O Pedro leu "A Senhora dos Açores", da Romana Petri, e escreveu um texto muito bonito - eu também gostei de "A Senhora dos Açores", embora me irrite o paternalismo da Romana que acha, por exemplo, que os açorianos que emigraram para a América se "corromperam" pela "tenebrosa civilização" (está lá no livro). Um grande abraço para o Pedro.
|| asl, 12:58 || link || (0) comments |

quinta-feira, outubro 2

Fontes seguras garantem que...

...tendo em conta as últimas indicações do cardeal Ratzinger sobre o agravamento do estado de saúde do Papa João Paulo II, a cúpula do Governo português já iniciou, em concertação com a liderança do PS, secretas aproximações a António Vitorino...O próprio não confirma. Nem desmente.
|| JPH, 14:30 || link || (0) comments |

Snob

Regresso ao Snob, ali à esquerda de quem desce e à direita de quem sobe, como alguém já escreveu. Vou lá cada vez menos, por razões várias. Mas, de vez em quando, regresso. Foi o que aconteceu ontem. Uma noite divertidissima, por sinal, como ali não me acontecia já há muito. A encerrar a viagem uma daquelas tiradas do sr. Albino (mal disposto com a derrota do FCP) que me fazem adorar (às vezes) o sítio. Eram aí umas 3h30.

- Sr. Albino, serve-nos mais um pucarinho?
- Desculpe mas não posso. Vamos agora usar a sala para estender a roupa...

Quem sabe do que falo sabe do que falo. Quem não sabe que veja por si.

|| JPH, 14:20 || link || (4) comments |

A propósito do Dia Europeu Sem Carros (III)

Recebi de alguém que assina "Shyznogud" um mail muito simpático sobre o Dia Europeu Sem Carros (ver textos lá para baixo). Transcrevo, na íntegra:

"Prontus, prontus... fim de choraminguice, aqui tem uma alma solidária, alguém de quem os amigos (uns exageradinhos é o que eles são) dizem que só uso as pernas para chegar ao pedais do carro só podia mesmo era partilhar o seu sonho (para já quedemo-nos por partilhas de sonhos!). Ah! e aqui para nós que ninguém nos ouve, quando passa por um peão nunca diz "Ná.. este não, vale poucos pontos, ainda se fosse uma velhinha, sei lá...".

E agora a "sério", a falta de humor é uma coisinha tão triste e, snif!, reconheçamos que a ironia é, infelizmente, uma arte em desuso...

Divirtam-se... ou façam o que quiserem que eu cá sou ditadora com os meus rebentos...
"

Resposta oficial: Manda foto! Urgente!
|| JPH, 13:49 || link || (0) comments |

Obrigado

Bom dia. Atingimos as 20 mil visitas e 30 mil "page views". As audiências voltaram a subir.The sky is the limit. Muitos obrigadinhos.
|| JPH, 13:06 || link || (4) comments |