Reconhecendo a inspiração de
onde ela efectivamente vem, gostaria aqui de lançar uma série, aberta à colaboração de toda a gente (mail no canto superior esquerdo), sobre as profissões que nos últimos anos foram desaparecendo, nomeadamente devido às galopantes evoluções tecnológicas em curso. No jornalismo há alguns casos. Dou um exemplo:
1. Os
técnicos de laboratório (também conhecido por "impressores" ou por "fotógrafos de laboratório"): Num outro jornal em que trabalhei, os fotógrafos perdiam o controlo sobre o seu trabalho assim que regressavam à redacção. Tiravam o rolo da máquina e entregavam-no aos tais impressores. Estes faziam as provas. Depois alguém escolhia a foto a ser publicada. E a foto era então revelada, no papel, como se fazia à antiga, num laboratório às escuras cheio de baldes com liquidos esquisitos. Uma vezes ficava bem, outras nem tanto. O fotógrafo via o resultado do seu trabalho no dia seguinte, impresso no jornal. Mas depois isso acabou. Vieram as máquinas de revelação (aquelas que ainda existem nas lojas). E agora até essas máquinas estão a desaparecer, com o aparecimento das máquinas digitais. Os reveladores, entretanto, despiram as batas e foram reformados. Não havia reconversão possível. Não imagino o que é feito deles.
2.
Cenógrafos são os que, nas televisões, montam os estúdios. Estão a ser, progressivamente, "dispensados" devido à emergência dos cenários computadorizados. Não tem havido reconversão. Duas ou três pessoas passaram a fazer, com um teclado à frente, o que antes era feito por uma dúzia.
3.
Montadores são os que, na rádio e na televisão, montam as peças (cortam os sons ou as imagens, cruzam-nas com o texto escrito pelos jornalistas, tranformam uma peça em bruto numa peça jornalística). São técnicos - mas nem por isso menos jornalistas. Estão a ver a sua profissão em risco porque vão surgindo cada vez mais programas informáticos que permitem ao jornalista fazer tudo sozinho.
Três exemplos apenas. Sei que o assunto é talvez um pouco mais pesadote que a série sobre os objectos que desapareceram. Não há aqui ponta de nostalgia.
Eu tinha que falar sobre desenvolvimento e esse texto foi muito bom ...