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Cibertúlia propõe, a propósito da Nova Identidade Musical (NIM) da TSF, um regime de incompatibilidades para os fazedores de "play-lists". Concordo. Mas queria dizer algo mais: "aquilo" - a tal NIM - está-me a provocar uma irritação muito superior ao que esperava. Uma coisa que me dá ganas de atirar o rádio contra a parede!
Gostava da TSF por causa das notícias, mas também como rádio musical, pela possibilidade de ouvir coisas que não se ouvem noutro lado, escolhidas com bom gosto, bom-senso, fora (mas não demasiado) do "mainstream". A música levava-me de um noticiário ao outro e fazia-me ter paciência para a publicidade (um mal necessário).
Agora acabou. Não dou prós peditórios que incluem Ramazzotti e "Idades das Inocência" e porcarias afim. Salto logo para a Vox ou para a Luna (uma Antena 2 sem a mania do eruditismo) ou então para as rockalhadas puras e duras da Antena 3. Às horas e às meias-horas volto às notícias.
Suspeito, aliás, que anda muita gente a fazer o mesmo. E aqui bate o ponto: as inteligências que inventaram esta "play-list" da TSF pensam que a estação cresce sendo cada vez mais igual às outras todas. Erro, erro, erro! Entre o original e a cópia, o pessoal vai pelo original (questões de hábito, algo muito importante quando se fala de audiências dos "media"). Enquanto isto, os fiéis da TSF (cujo número estava a aumentar, na anterior direcção) vão fugindo. Quem manda naquela rádio não percebeu que a principal riqueza de uma rádio (como de um jornal ou de uma TV) é a sua diferença em relações aos outros. Ou seja: ter uma identidade própria claramente afirmada. E se calhar pensa que a identidade musical da TSF é uma espécie de parente pobre da identidade sonora global da estação, o que é um rematado disparate.
Eu deixei de reconhecer aquela rádio, nos períodos entre notícias. Não sei o que se pode fazer para que "eles" percebam que assim não vão lá - mas sei que é preciso fazer qualquer coisa. Gostava de ouvir, por exemplo, o que o
Bruno tem a dizer.
P.S. - Do
causómetrista (medidor do tamanho das causas) da blogosfera já não espero nada. É óbvio que JPP não irá cumprir a sua promessa de falar mais extensivamente sobre a TSF (lembram-se? Eu lembro-me) enquanto não vender o "Flashback" a outro "media" qualquer. Uma opção ética, naturalmente.