Aqui escreve-se um dos textos mais justos (e certeiros) que já li sobre a nossa classe política. Subscrevo na íntegra. Ou melhor:
quase na íntegra.
Acho que Pedro Lomba se engana quando escreve que "
os políticos não têm direito ao adultério". É falso. Até agora o jornalismo português tem sido, genericamente, bastante tolerante com os "pulos da cerca" da nossa classe política - e dos(as) respectivos(as) cônjuges. No que acho muito bem, porque adultério já não é crime previsto no Código Penal. É, quanto muito, condição agravante num processo de divórcio.
Obviamente que neste comportamento "tolerante" (ou permissivo, dirão os diáconos Remédios da nossa praça) há excepções. Vejo a imprensa cor-de-rosa pisar algumas vezes o risco. Mas aí também sou compreensivo por achar que os visados estão, na maior parte das vezes, "a pedi-las" (se abrem as portas dos seus casamentos à curiosidade pública porque carga d'água acham que as podem fechar na altura do divórcio?).
E há uns anos ocorreu uma excepção, o célebre "Dantas" do "Semanário", que, mais do que os políticos, visava os jornalistas (uma cambada de adúlteros, como toda a gente sabe). Emídio Rangel e Filipa Garnel resolveram muito bem o problema com umas chapadas no director daquela porcaria.
Em suma: o jornalismo português padece de vários defeitos e problemas, sendo o maior deles o desinvestimento dos respectivos "capitalistas" em redacções convenientemente apetrechadas para fazer investigação como deve ser. Mas há um defeito que
não tem: ser polícia dos costumes sexuais (não criminosos) dos políticos. Repito: acho muito bem.