Aqui há uns dias o Glória Fácil (GF) recebeu um mail do
Pipi. Ora, isto sim é uma honraria! E digo-o sem desprimor para todos os outros blogonautas que saudaram o nascimento do GF, ou nos seus blogs ou por simples "emails".
O Pipi escreveu-me porque eu o "acusei" de ser este
senhor. Um texto muito cortês, para cuja divulgação não me foi pedida segredo. Ei-lo:
"Caro JPH,
Escrevo-lhe a propósito do seu post em que diz, e cito: "Teorias da conspiração (III) Acho que o Pipi é este senhor."
Tal afirmação merece-me uma pergunta e um comentário. A pergunta é: "Que fiz eu para que me relacionasse com tal fanchono?" O comentário é: "O meu amigo merecia que um moçambicano lhe fosse à bufa..."
E é tudo. Receba, à laia de cumprimento, um forte chuto nos colhões do seu
Pipi"
Faz-me feliz saber que o Pipi passou aqui pelo GF. Porque para mim ele (ou ela, why not?) representa a excelência na escrita em português. Não brinco. Aquilo é verdadeiramente muito bom, do melhor que se pode ler em português, actualmente. E, além do mais, move-se nos terrenos, extremamente movediços, da escrita humorística. Sonho há anos com uma revista de humor em português (que não teria de ser
só de humor mas seria
sobretudo de humor). E esse sonho nasceu de algo tristemente objectivo: a paisagem da escrita humorística de imprensa em Portugal é um deserto. E isto por contraponto com a que se faz para a televisão, onde as coisas parecem estar a levantar vôo (há momentos de génio no "Levanta-te e ri", da SIC, e quem os protagoniza são desconhecidos). Sonho com esta revista e o Pipi teria lugar cativo na sua lista de colaboradores para escrever o que escreve no seu blog e até, possivelmente, acompanhado de ilustrações (ele decidiria).
Agrada-me imaginar que o Pipi não é nenhum produtor de humor já devidamente encartado e consagrado. Isto é, que se trata de alguém verdadeiramente novo, revelado agora na blogosfera, cujo imenso talento para a escrita ainda não foi posto a render - mas que merece ser.
Agrada-me, aliás, pensar o mesmo de quem escreve
aqui, cuja identidade também desconheço. Tem lá um texto parodiando os editoriais de alguém associado à
casa onde trabalho (a Laurinda Alves, directora da "X") e eu não resisto, com a devida vénia, a transcrevê-lo, na íntegra.
"Editorial
No passado fim-de-semana, teve lugar em Sintra mais um encontro anual da Cabacinha-Associação dos Pais e Amigos das Crianças Sem Cabeça. Desde há muito que me convidam para dizer umas palavras nestas reuniões da Cabacinha e saio de lá todos os anos fascinada com a alquimia que nasce numa plateia de crianças sem cabeça, os amigos delas, e os pais também.
Com a tremenda falta de apoios do Estado, não é fácil em Portugal ser pai de uma criança sem cabeça. Pior mesmo é ser uma criança sem cabeça, mas essa não nota. Os muitos pais que me escrevem e procuram (e a quem sou incapaz de dizer “não”) contam-me histórias assustadoras de discriminação e falta de afectos. Falei longamente com eles, tentei gracejar sem êxito dizendo que já deviam estar de cabeça perdida, mas fui incapaz de vencer o amargo desencanto que vi estampado nos rostos de alguns pais de crianças sem cabeça. Há excepções, claro. Algumas crianças sem cabeça são histórias de sucesso: conheço quatro que se licenciaram e têm os seus empregos (em circos) e uma delas, o João, está a fazer o MBA em Londres. A Cabacinha é mais um exemplo de como, mesmo sem subsídios, é possível construir uma vida melhor. Só é preciso acreditar. Carpe Diem. Os pais dizem-me que têm aproveitado para poupar naquilo que não precisam para os seus filhos (óculos, auriculares, bonés, chapéus, bandeletes) e estão a angariar fundos para construir a nova sede da Cabacinha. A Câmara de Loures já cedeu o terreno. Se puder, não deixe de dar o seu contributo.
Nas páginas desta revista, encontrará o depoimento de uma criança sem cabeça. E ainda, como sempre, artigos light «para gajas»: um sobre feng-shui e a importância dos fluidos das pedras nas salas de estar, um texto maravilhoso com o título «A tranquilidade interior» e as nossas inevitáveis sugestões de compras e presentes acima de € 500. Espero que goste de mais este número que preparámos para si."
Uma pérola entre várias outras.
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2017.6.19