Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

terça-feira, agosto 12

TSF (A polémica continua)

Vamos por pontos

1. A provocação resultou. Carlos Vaz Marques explicou no seu Outro,Eu porque não quer comentar a situação da TSF na blogoesfera. Não o compreendo - mas não tenho outro remédio se não aceitar.
No final da sua "posta" disse que entrei pelos "territórios do insulto" ao afirmar que a sua estratégia sobre a rádio quando dela falou na blogoesfera representava, para todos os efeitos, um "valente frete à PT". Lamento que se tenha sentido insultado, não era essa a minha intenção, procurei apenas (e com sucesso, reconheça-se) provocá-lo e levá-lo a falar da sua rádio no seu blog.
Posso, se quiser, suavizar a expressão, dizendo que a forma como CVM desviou para questões laterais o debate que neste universo decorria sobre a TSF concorre, objectivamente, com a processo de destruição da estação (enquanto rádio exclusivamente de notícias) iniciado pela PT.
Porque é isto que está em causa: o assassinato final da TSF. Digo-o com inteira certeza. O projecto é, para já, reduzir custos, para embaratecer o preço da estação, porque ao seu preço actual ninguém a compra. E, depois, vendê-la, pura e simplesmente - provavelmente a um qualquer empresário-pop.
Dramatizo o asssunto? Claro! O desaparecimento da TSF (repito: enquanto rádio exclusivamente de notícias)representará um sério abalo democrático. Um ataque frontal ao pluralismo informativo português. Porque é completamente diferente ter três estações nacionais com informação ou ter só duas - sendo, ainda por cima, uma do Estado e outra da Igreja. Faço-me entender? É isto que está em causa! Para já não falar, é claro, do sofrimento humano que representará para os trabalhadores da rádio, para os que conseguirem ficar mas sobretudo para os que forem postos no olho da rua.
Insisto: é isto que está em causa. E portanto custa-me o profundo silêncio que se abateu sobre a questão TSF ou então só se falar da rádio lateralmente, discutindo o sexo dos anjos (se a estação é ou não de esquerda). Esse silêncio (ou esse não-silêncio-sobre-o-que-agora-não-interessa) ajuda a estratégia de quem (a PT) quer destruir a TSF. A PT só se assustará se perceber que se criou na opinião pública (de que a blogoesfera é uma componente) um clamor contra as suas intenções. Um conselho: estudem a forma como os trabalhadores do DN conseguiram travar o projecto de mudar o jornal de sede. Ganharam a guerra? Não se sabe. Mas a primeira batalha venceram-na. E podem explicar como.

2. Posto isto lamento também que a única intervenção de Pacheco Pereira sobre a TSF no seu blog tenha sido, exclusivamente - pelo menos até agora - apenas sobre o seu próprio programa. Gostava de saber melhor o que ele pensa do assunto - e alguma coisa deve pensar, de certeza. O peso da sua sabedoria e inteligência faz muita falta a este debate.

3.O essencial do que penso sobre a TSF está resumido numa "posta" recente do Avatares De Um Desejo. Só não concordo com a parte referende a Timor. Acho que nessa altura a TSF (mas não só, claro) foi muito para lá do jornalismo. Transformou-se em "jornalismo de causa", coisa que detesto - a expressão "jornalismo de causas" é, aliás, contraditória nos termos. (Mas sobre isto, juro, não vou polemizar com CVM).

4. Detesto "jornalismo de causas" mas não detesto causas em si mesmas. Por isso nasceu este blog. Para, entre outras coisas, ter um espaço onde defenda causas - as "mini-causas" de que JPP fala, e a TSF pode (e deve) ser uma delas.
|| JPH, 17:11

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