O
Abrupto decidiu fazer uma "Contribuição para o debate sobre a
TSF", que me suscita alguns comentários.
1º - José Pacheco Pereira (JPP) reconhece que há na blogoesfera um "debate sobre a TSF". Fixe!
2º - JPP recorda-nos um texto seu no
PÚBLICO sobre a compra da Lusomundo pela PT. Concordo a cem por cento com o seu conteúdo e sublinho um parágrafo:
"Já ninguém é suficientemente ingénuo para pensar que a interferência do governo na comunicação social se faz por telefonemas directos dos ministros, embora ainda os haja. As formas são mais sofisticadas uma das quais são as "reestruturações" em nome da eficácia dos "negócios" que condicionam carreiras, postos, compromissos e o destino de jornais e rádios. Também aí há alguém a premiar quem se porta bem e quem se porta mal e esse alguém está no governo, ou depende do governo.” Na altura o Governo era do PS. Hoje é de quem é. Mas o raciocínio permanece actualíssimo.
3º - Dá para perceber da "posta" de JPP que ele também acha que está em causa
"o fim da TSF como emissora noticiosa", como ando aqui a berrar de há uns dias para cá (e outros já tinham berrado antes).
4º - Não dá para perceber se o lamenta - só acreditando eu que não pode deixar de o lamentar. E se acha que alguma coisa pode ser feita para evitar
"o fim da estação como emissora noticiosa", tanto pelos trabalhadores/colaboradores (sendo ele um deles) da estação como também por aqueles que, cá fora, a acham importante para a saúde do regime.
5º - A
"raiz do problema" foi, de facto, a tal compra do grupo Lusomundo pela PT, concordo inteiramente. Mas sublinho a segunda parte da expressão:
"Problema". Ele existe. E acho que é importante tentar evitar que se desenvolva da forma que eu acho que se vai desenvolver:
"O fim da estação como emissora noticiosa".
6º - Mas, enfim, pode ser que esta tenha sido apenas a primeira contribuição de JPP para o debate sobre a TSF. Era bom.
Verifiquei, na blogoesfera, outras importantes referências sobre o problema. Duas de excelentissimo calibre no
Guerra e Pas. Mas, insisto, a questão na TSF não é económica. O Estado - está mais que provado - não se importa nada de deter empresas que dêem prejuízo (e a TSF não dá) desde que isso seja do seu interesse. A questão é política: não dá jeito nenhum a este Governo (ou a qualquer outro) ter uma estação que possui um poder imenso (e incontrolável) no
agenda setting político. Por isso, decapite-se a coisa! Foi o que começou a ser feito com o processo que levou à demissão da direcção de informação. Mas vai continuar. E sob a capa de ilusórias "refundações".
O
Desesperada Esperança também "postou" sobre a TSF. Desesperada esperança é o que eu sinto sobre este problema.
Último ponto: Não consigo, por várias razões, ler tudo o que se vai escrevendo na blogoesfera sobre este problema. "Emailizem" para a Glória Fácil as vossas postas. Daremos delas conta, na medida das possibilidades.