(Continuação)
Se dizeis que encomendando
Os que matastes andais,
Se rezais por quem matais,
Para que matais, rezando?
Que, se na força do orar
Levantais as mãos aos Céus,
Não as ergueis para Deus,
Erguei-las para matar.
E quando os olhos cerrais,
Toda enlevada na fé,
cerram-se os de quem vos vê
Para nunca verem mais.
Pois se assim forem tratados
Os que vos vêem quando orais,
Essas horas que rezais
São as horas dos finados.
Pois logo, se sois servida
Que tantos mortos não sejam,
Não rezeis onde vos vejam,
Ou vede para dar vida.
Ou, se quereis escusar
Estes males que causastes,
Ressuscitai quem matastes,
Não tereis por quem rezar.