Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

sábado, novembro 15

She’s so good (II)

Shyznogud perguntou ao Glória Fácil: "Como é ser jornalista em dias como o de ontem?" Respondo por mim, only me. [Para quem não sabe, o dia de ontem foi o dia em que, no Iraque, raptaram o Carlos Raleiras (TSF) e balearam a Maria João Ruela (SIC).]

É difícil a resposta. Continua a ser, até que libertem o Raleiras [mas a SIC começou exactamente agora a noticiar que essa libertação acabou de ocorrer, embora sabendo que ele ainda não se encontra numa situação completamente controlada]. Mas enfim, só me ocorre um lugar-comum: um aperto no coração - angústia. Uma certa sensação de atordoamento. É importante aqui dizer-se que não conheço nem o Raleiras nem a Maria João. Ou seja: não há nenhuma componente pessoal na minha reacção.

Passado isto, racionaliza-se. No meu caso, sob a forma de irritação.

Irritação 1: Que algumas redacções tenham ligado para o telefone do Carlos Raleiras. Foi a tal ponto que a TSF se viu obrigada a fazer, em antena, um apelo para parassem com os telefonemas, explicando o que toda a gente devia ter pensado de início: que isso podia pôr em risco o jornalista. A estupidez humana não tem limites. E agora irrite-se comigo quem quiser.

Irritação 2: Juízos demasiado apressados sobre o amadorismo dos jornalistas envolvidos naquele incidente. Não sei se são juízos correctos ou não. Sei, para já, que são apressados. Calma.

Irritação 3: Comigo próprio. Queria poder dizer mais – saber mais para poder dizer mais. Mas não sei. Isso implica ter de me aguentar – o que em mim é completamente contra-natura. De todos os problemas é este o menor.

Irritação 4: Reconhecer razão a Paulo Camacho que ontem, na SIC, afirmou: “Bastava um dos jornalistas ter dito que avançava para todos os outros terem de o fazer.” Infelizmente é assim. Parece-me que está aqui o cerne da questão. A ver vamos.
|| JPH, 18:03

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