Uma leitora do Glória Fácil enviou-nos este mail:
Eu sou outra Sara e só quero concordar quando falam em pornografia emocional. Perguntei ao meu pai (que está doente, e embora não tenha SIDA, de certa maneira me faz lembrar esse outro pai devido à extrema magreza e exaustão) se tinha visto o programa. O meu pai respondeu irritado que já não podia com esse pai e esse filho, que estava farto deles e já nem os podia ver. Eu vi-o [ao programa] e às vezes tinha de baixar os olhos ou mudar de canal, de tal maneira me era penoso estar a assistir àquilo tudo, que não se percebia até que ponto era íntimo ou completamente artificial a fingir que era íntimo. De qualquer maneira pasma-se com a falta de pudor de certas pessoas. Acho que este tipo de programas não fazem bem a ninguém, nem sequer aos próprios.
Sara Horta
Aproveitando a boleia desta Sara respondo à Sara da
Espuma dos Dias. Para dizer o seguinte:
1. Vi o programa.
2. Sara Horta acerta na mouche quando fala em "
falta de pudor". É disso mesmo que se trata: de uma tremenda falta de pudor.
3. Há produtos televisivos em que a sobriedade e a seriedade são apenas meramente instrumentais para esconder uma exploração do voyeurismo das audiências bem mais sofisticada do que aquela que se pratica no ingénuo "Big Brother". Foi o caso. O "embrulho" intelectualizado do programa escondeu um conteúdo absolutamente tablóide.