Não me quero meter na polémica entre a nossa MJO e o
Celso Martins. Vou só aproveitar a deixa para sublinhar o bom-senso do personagem que é pretexto dessa "conversa", Luíz Pacheco. Isto a propósito do rótulo de escritor maldito que lhe tentaram impôr. Leiam a pergunta e a resposta, na sua mais recente entrevista, ao DN (link uns "posts" abaixo):
P. - A lenda inclui o rótulo de escritor maldito, que recusa. Porquê?
R. -
Desvia da verdadeira questão. Acham-me chato e um chato tem de ser afastado. É a técnica de abafador, usada, no tempo da Censura, com escritores que não podiam publicar com o nome deles, para não os chatearem, uns pela política, outros pela panasquice.
Bem, independentemente dos argumentos que usa, a verdade é que a "pachecal" figura recusa o rótulo de escritor maldito. Faz muito bem. Com todo o devido respeitinho por todas as eminências culturais deste país, afirmo que, no meu modesto entender, escritores malditos são, por exemplo o Paulo Coelho (a nível mundial) e "nossa" Margarida Rebelo Pinto.
Se repararem bem, o Luiz Pacheco é pouco lido - mas muito aplaudido pela "
intelligenstia". E quem não o lê nada diz porque desconhece a existência.
Já quanto ao Paulo Coelho e à Rebelo Pinto, o fado é outro. São lidos por milhões (ou muitos milhares) mas (quase) ninguém os elogia, porque fica mal. Em contrapartida, são imensamente atacados na tal "
intelligenstia" - que pouco ou nada os lê. E, isto sim, é ser maldito.
Por mim estou à vontade: nunca li uma linha do Paulo Coelho ou da Rebelo Pinto - não há tempo para tudo, as prioridades são outras. Da "pachecal" figura já não posso dizer o mesmo. Mas também não é prioridade. Nem referência. Defeito o meu, certamente. Desculpem.