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terça-feira, janeiro 20

TSF - As últimas audiências (II)

A síntese possível das últimas audiências da TSF disponíveis (último trimestre de 2003) estão resumidas na Telefonia Virtual:

"A TSF sobe a nível nacional (+0,1 por cento), mas perde nas grande cidades: Lisboa (-0,6 por cento) e Porto (-0,3 por cento)."

Desconheço se a nova direcção de informação da estação está, com estes números, ou muito feliz ou muito infeliz ou nem uma coisa nem outra (ou ambas, em dependendo da companhia). Não alinho em processos de intenções.

Limito-me a uma observação factual: a subida nacional é mínima; a descida em Lisboa é grande; a descida no Porto é média.

E assim pergunto: foi para isto que mudaram a rádio como mudaram? Era para se chegar aqui? Isto é um bom ponto de partida para o sítio onde se quer chegar? E, já agora, onde pretendem exactamente chegar?

Por mim, continuo na minha. Há alguns meses escrevi aqui, entre várias outras coisas, que o objectivo da OPA rangelista sobre a TSF era torná-la vendível para um qualquer "empresário pop". A expressão foi exactamente essa: "empresário pop".

A nova identidade sonora da rádio - ditada pela execrável play-list em vigor - confirma esta minha forte suspeita. A TSF está-se a pôr madura para este negócio. E nessa altura duas coisas acontecerão:

1. Não-sei-quantos jornalistas serão postos no desemprego (recordam-se do que aconteceu na Rádio Comercial?).

2. O Governo (seja ele qual for) ficará muito feliz porque quanto menos informação melhor. Aliás, já deve estar a esfregar as mãos porque a perda de influência da TSF ocorre, justamente, nos principais meios urbanos, que são aqueles onde se concentra o grosso do eleitorado.

Entretanto, assobiemos despreocupadamente para o ar. Sobretudo os jornalistas que acham que a questão da play-list da TSF não lhes diz respeito porque não é uma questão editorial. A TSF ainda assume, pelo menos oficialmente, o estatuto de rádio de informação ("TSF-Rádio Notícias"). E, sendo assim, tudo o que vai para o ar (notícias, música, publicidade) diz respeito a quem tem responsabilidades de vigilância editorial. A ver vamos, como diz o cego.

PS - E só mais uma coisinha: é de notar que estas audiências surgem na sequência de uma enorme campanha publicitária de promoção da "nova" TSF e ainda de outros factos que lhe deram muita publicidade, como por exemplo o rapto de Carlos Raleiras no Iraque. Com isto tudo era de esperar um bocadinho mais. Ou não?
|| JPH, 17:01

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