É na curva rente à torre da igreja rente ao portão da mata que está empalhada a minha infância.
Empalhada em boas condições, parece grotescamente viva.
O meu pediatra, outrora o mais belo homem da cidade, atravessa a praça solitário na sua sedução perdida.
Esvaziaram o lago, esconderam os patos e os pombos debicam o fundo de cimento. Ao menos, na relva, novos grupos de miúdos dão continuidade aos pequenos esplendores.
O meu café, onde tantas vezes tentei parecer inteligente, fechou.
O meu pediatra já não se passeia com deslumbrantes mulheres.
O infante patético que eu fui, em tanta perfeição empalhado (parece vivo) vê aberta a porta da igreja dos mortos e reproduz os gestos automáticos da infância - desvia os olhos.