Ontem vi o
Gato Fedorento, na Radical. Um dos
sketches era intitulado, se não erro, “
O jovem artista que não vai a lado nenhum” (no blogue está “
Vida e obra de José Meireles”). Retratava um jovem artista, de boina, que fazia poemas como este (cito de memória):
Pai
Pai.
ou
Tio-avô
Tio-avô.
ou
Primo distante que visita a família nos feriados religiosos
Primo distante que visita a família nos feriados religiosos.
Aquilo retratava o tal jovem-Meireles-de-boina também como escritor de humor – mas com a particularidade, única (e muito elogiada) de se destacar pela absoluta falta de piada dos seus escritos. E ainda o absoluto lambe-botismo entre o jovem-Meireles-de-boina e os seus amigos, todos Meireles.
Cheirou-me tudo a
private joke, embora imensamente divertida, tanto para quem estava a “alcançar” a coisa como para quem não estava.
Em tempos,
Pedro Mexia chamou “
vespeiros” às redacções. Tinha (tem) toda a razão, claro. Mas parece que o “vespeiro” se estendeu à comunidade humorística. Eu não vejo mal nenhum. Pelo contrário: diverte-me. O “vespeiro” é criativo. Um grande bem haja, ó fedorentos!
Welcome to the club!