Sobre a alegada responsabilidade directa de Donald Rumsfeld nos acontecimentos da prisão de Abu Ghraib é ler
este artigo na
New Yorker, assinado por Seymour M. Hersh e intitulado
The Gray Zone. Transcrevo, de graça, os dois primeiros parágrafos, para ficarem com uma ideia:
"
The roots of the Abu Ghraib prison scandal lie not in the criminal inclinations of a few Army reservists but in a decision, approved last year by Secretary of Defense Donald Rumsfeld, to expand a highly secret operation, which had been focussed on the hunt for Al Qaeda, to the interrogation of prisoners in Iraq. Rumsfeld’s decision embittered the American intelligence community, damaged the effectiveness of élite combat units, and hurt America’s prospects in the war on terror.
According to interviews with several past and present American intelligence officials, the Pentagon’s operation, known inside the intelligence community by several code words, including Copper Green, encouraged physical coercion and sexual humiliation of Iraqi prisoners in an effort to generate more intelligence about the growing insurgency in Iraq. A senior C.I.A. official, in confirming the details of this account last week, said that the operation stemmed from Rumsfeld’s long-standing desire to wrest control of America’s clandestine and paramilitary operations from the C.I.A."
Será verdade? Será mentira? Não sei. Ou melhor, sei o seguinte: a New Yorker tem liderado a informação nesta matéria. Não sendo a revista uma bíblia - para mim
nada é uma bíblia - também não é conhecida por pôr o pé em ramo verde. A ser verdade, torna-se inteiramente legítima a pergunta: até que ponto esta história chega ao sr. Bush? Mas, se não for, há uma verdade que me parece incontornável: o sr. Rumsfeld já se devia ter demitido. A responsabilidade política efectiva-se por duas vias: ou a responsabilidade directa nos casos (o que, lendo a
New Yorker, parece ser o caso); ou, não existindo essa responsabilidade directa, pela gravidade do ocorrido sob a alçada de um determinado responsável político.
Muito mais haverá para dizer sobre o debate público da questão iraquiana em próximos
posts.