Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

segunda-feira, junho 21

Análise política de jogo

1. Teve uma virtude, esta vitória da selecção: interrompeu essa imensa pastilhada chico-buarquiana que percorria a blogosfera. Obrigado rapazes!

2. Sim, meti o pé na poça: achava impossível que Portugal vencesse a Espanha. Enganei-me. Na verdade, o que me apetecia era ver não sei quantas bandeiras a arder. Isso tinha graça. Fica prá próxima.

3. Os moços esgadanharam-se. Mesmo se perdessem ou empatassem mereceriam uma palmadinha na costas. Scolari esteve bem. Arquivou uma geração e meteu a seguinte jogar. Só Figo é que - merecidamente - sobra. É a vida.

4. Agora a sério: porque é estrangeiro, porque tem autoridade própria, porque tem um currículo impressionante, Scolari conseguiu desmembrar a facção Baía/Couto/Figo/R.Costa. O momento decisivo é a não-convocação de Baía. Imagine-se a intrigalhada que não semearia face à (excelente) decisão de tirar a titularidade a Rui Costa. Scolari fez política - e fez bem.

5. A equipa deixou de jogar exclusivamente para Figo. Agora joga para Figo e para Deco e para Cristiano Ronaldo. Torna muito mais difícil o jogo do adversário. Esta é a chave do sucesso.

6. Cristiano Ronaldo é o futuro. Mas o moço, se repararem bem, tem um problema: excesso de velocidade. Passa o primeiro mas já não passa o segundo - adianta demasiado a bola. Quando resolver este problema, será melhor do que Figo.

7. Nuno "Gomes" marcou um golo miraculoso. Tudo bem, gostei. Mas chateia-me que se falhem golos óbvios. Ontem isso aconteceu com um cabeceamento estupidamente displicente do Costinha, que nos iria dar a tranquilidade do 2-0. Já no jogo com a Grécia, Rui Costa tinha feito o mesmo. Quando se falha o óbvio, só nos restam milagres. E Nuno "Gomes", como se sabe, só faz destas de quatro em quatro anos.

8. A TVI marcou imensos pontos ao ter José Mourinho a comentar. Por um lado, é daqueles que, naquele papel, pensa o que diz. Por outro, não disse tudo o que pensava. Por exemplo, que aquela era, no fundo, a "sua" selecção - embora fosse.

9. O futuro? Prefiro a Inglaterra. É giro esmigalhar bifes. E se, por vingança, eles destruirem o que resta da Oura, é pró lado que durmo melhor (desde que ninguém se magoe, claro). Seria um óptimo gesto de sanidade turística-ambiental.
|| JPH, 13:29

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