O Luís estava preso quando eu e uns amigos meus descobrimos a
Natureza do Mal e começámos a ler tudo o que o preso escrevia. Como é que o preso tinha entrado na blogosfera? Havia uma data de aspectos técnico-jurídicos que nos escapavam. Era um preso de luxo e eu imaginava-o magrinho, novinho, mirrado pela heroína. Aquele preso, na minha cabeça, era traficante de droga. A Sofia, que escrevia peças preciosas (ler em espanhol, p.f.) era, numa lindíssima comunhão, a ponte do preso com o exterior.
A dada altura, o preso saiu em liberdade, mas continuou a escrever maravilhosa e torrencialmente. Comecei a ler livros porque o Luís dizia que eram bons – e eram sempre. Quase tudo o que o Luís gostava eu gostava e, rapidamente, o Luís tornou-se o meu blogger preferido.
Não fazia, até dada altura, a mínima ideia de quem era o Luís. Deve ter sido em Dezembro que um amigo de Coimbra me deu umas coordenadas e afastou a ideia de ser ele um traficante de droga.
Nunca vi o Luís na vida. Uma vez tivemos para nos conhecer, ao vivo e a cores, mas não calhou. Hoje penso que foi bom e o destino providenciou: eu gosto tanto do Luís que é enorme o risco de perturbar, com o real a impor-se ao virtual, esta afinidade perfeita. Não, o Luís é o “blogger” que eu não quero conhecer.
A Natureza do Mal está a fazer um ano. Parabéns ao Luís, à Sofia, ao André e ao PC.