1. Então
parece agora que vamos ter um governo de iniciativa presidencial. O Presidente reservou-se o direito de escolher (pela positiva ou pela negativa) os ministros da Defesa, Negócios Estrangeiros, Justiça (e Administração Interna, presume-se) e Finanças/Economia. Tem graça, por acaso. O Presidente, a dois anos do fim do seu último mandato, será portanto co-responsável pela governação. Será? Não, não será. Ou melhor: será responsável mas não responsabilizável. Um achado, esta solução.
2. E agora, parece, vamos mesmo ter Santana Lopes a primeiro-ministro. Escolhido pelo Conselho Nacional do PSD, com a colaboração do Presidente. Pode-se presumir o seguinte, sem má-fé: nos próximos dois anos, até às legislativas, Santana tudo fará para conquistar a legitimidade nacional que lhe falta. Por outras palavras: fará tudo para ganhar as eleições. Arriscamo-nos, portanto, a ter dois anos de campanha eleitoral, à pala do Orçamento do Estado, claro. É um absurdo esta hipótese? Não, não é.