Mudei de casa. O José Eduardo Agualusa escreveu uma vez uma crónica muito bonita sobre os "sortilégios" do momento em que olhamos a nossa vida encaixotada e agora que precisava dela não a encontro: estará algures num caixote, cumprindo quase uma função metalinguística. Eu cá gosto desta excitação infantil de desarrumar a vida: agora é que sim, neste escritoriozinho bonitinho, é que vou escrever bons posts. Não sei dos livros que andava a ler mas não me importo. Ao abrir um caixote ao acaso, sai Villa-Matas e Italo Calvino: se em Villa-Matas e Italo Calvino estão todos os livros do mundo, então talvez o acaso dos caixotes mereça uma explicação paranormal.