Pacheco Pereira pôs no blog os seus vinte livros, mais um. Alguns deles também são meus livros da vida, mas a referência mais terna que hoje descobri comungar com o homem abrupto, é a "Morgadinha dos Canaviais" de Júlio Dinis. Também é o princípio do livro português que mais vezes li - mais vezes que o Mau Tempo no Canal, porque a Morgadinha começava a ler-se mais vezes mais cedo. Eu não consigo estar no Minho sem recordar a surpresa de Henrique a chegar a casa das tias. Por estes dias, aquele começo veio-me muitas vezes à cabeça. Júlio Dinis é hoje completamente injustiçado. A "Morgadinha" é quase um livro "proscrito" que, acho eu, já ninguém "dá" a ler. Aliás, a escola (no meu tempo) tornava obrigatório a "Família inglesa" e já menosprezava a "Morgadinha". Eu gosto muito menos da "Família Inglesa" e embirro com a Cecília (uma seca de mulher-anjo). A Morgadinha é capaz de ser uma antecessora da Margarida do Mau Tempo no Canal, uma antecessora menos conformista, talvez.