Pronto. Esta é uma notícia
extra-or-di-ná-ria. Quase que apetece transcrever a notícia da Lusa sem mais comentários. Mas não.
O comentário segue dentro de instantes.
Governo: Gomes da Silva quer intervenção da alta autoridade contra Marcelo
Lisboa, 04 Out (Lusa) - O ministro dos Assuntos Parlamentares afirmou hoje estranhar o silêncio da Alta Autoridade para a Comunicação Social em relação aos comentários de "ódio" feitos pelo ex- presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa aos domingos na TVI.
Em declarações à agência Lusa, momentos antes de participar na cerimónia de posse da concelhia do PSD/Viseu, Rui Gomes da Silva disse sentir-se "revoltado com as mentiras" e com as "falsidades" que são proferidas todos os domingos "por um comentador que tem um problema" com o primeiro-ministro", Pedro Santana Lopes.
"Em toda a Europa, trata-se de um caso único. Não há em país algum uma pessoa a perorar 45 minutos sobre política sem ser sujeita ao contraditório e apenas a defender os seus interesses pessoais", justificou o membro do Governo.
No seu último comentário na TVI, no domingo, Marcelo Rebelo de Sousa criticou a tolerância de ponto de hoje concedida pelo Governo de Pedro Santana Lopes, dizendo que essa decisão "é pior do que o pior" do ex-primeiro-ministro António Guterres.
Rui Gomes da Silva referiu que, em 2002, a Alta Autoridade para a Comunicação Social emitiu pareceres críticos sobre os debates semanais de domingo na RTP, entre os actuais primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, e secretário-geral do PS, José Sócrates, alegando a não participação de outras forças políticas na discussão.
"Agora, que não há rigorosamente qualquer contraditório (com Marcelo Rebelo de Sousa na TVI), estranho que a Alta Autoridade para a Comunicação Social esteja em silêncio", declarou o ministro dos Assuntos Parlamentares.
Segundo o membro do Governo, "nem o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda juntos conseguem destilar tanto ódio ao primeiro-ministro e ao Governo como esse comentador (Marcelo Rebelo de Sousa), que, sob a capa de comentário político, transmite sistematicamente um conjunto de mentiras com desfaçatez e sem qualquer vergonha".
"Nesses comentários, não temos uma análise independente à realidade política nacional, mas apenas espírito de ódio e de ataque pessoal", características próprias de quem se revela "inadaptado" pelo facto de ver Pedro Santana Lopes no cargo de primeiro-ministro, acusou ainda o membro do Governo.