Em Outubro passei 24 horas no Faial, a correr. Ir à Horta foi como ir a Moscavide: não recordo nada de significativo.
Ou melhor:
Aproximávamo-nos de Porto Pim, pela estrada que vem do aeroporto e o Carlos disse:
- Olha a cor do mar, olha aquele azul
Mas eu estava ao telemóvel a tratar de intendências e já foi só uma fracção de azul o que me calhou (tento concentrar-me nessa fracção, o único desvanecimento que houve e registei mal).
Gostei da Horta a primeira vez que a vi, o que quase nunca acontece com nada. Deve ter sido por chegar de barco e esse aproximar lento ter produzido a ilusão do “love at first sight”. Mas em Outubro esse estranho amor ficou abalado, e isso perturbou-me, como num casamento perturba a pergunta:
- Eu gosto dele ainda? Hoje aborrece-me.
Muito aborrecida fui tomar café com Bettencourt, que há anos prepara minuciosamente o seu projecto de vida: abandonar de vez o Faial, no ano seguinte.
- A Horta está cada vez pior. Perdeu a graça. Antigamente era uma cidade brilhante.
Concordei instantaneamente.
- Está sem graça. Já dei umas voltas. Nenhum interesse.
E foi assim, estranhamente enfastiada com a cidade dos meus amores, que marquei encontro com Margarida Dutra, no novinho Hotel do Canal, que os Bensaúde acabaram de abrir. Não podia passar no Faial sem ver Margarida: há um ano atrás, amparei-lhe os vómitos pela cidade fora e nada mais soube dela desde então.
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