A mim sempre que me falam dos "europeus" ou da "Europa" lembro-me de uma frase que acho que era do Jorge Luís Borges. Parece que o homem dizia que os únicos europeus que conhecia eram os argentinos. O raciocínio é simples: para a Argentina emigraram espanhóis, italianos, alemães, etc. Chegaram lá, cruzaram-se uns com os outros e nasceram, aí sim, os "europeus".
Cá, na "Europa", não temos disto (a não ser entre os burocratas de Bruxelas). Não temos "europeus": temos alemães, italianos, espanhóis, portugueses, polacos, ingleses, etc. A "Europa" é uma ficção contra-natura. A única identidade comum que pode ter é a que já tem: a económica.
Isto serve-me para dizer que a "Europa" pouco me diz. Mas Portugal ainda menos, essa é que é essa. Moro cá mas não sou daqui. Por mim isto até estaria muito melhor se fossêmos todos governados por Berlim (uma questão de competência, apenas).
Portanto, não sendo "europeísta" nem "nacionalista" pouco me interessa o referendo. E agora, depois da pergunta aprovada - ou melhor, da "trigunta", como muito bem a qualificou o Bloguítica (desculpem, não há link, problemas técnicos) - muito menos. Votar, só no "não" - e só mesmo para castigar quem congeminou uma trapalhada daquelas.