Os membros do povo que conheço são, além de pobres, muito mal agradecidos (e já nem refiro o facto de geralmente viverem em prédios que tresandam a couve-flor cozida).
Quando Guterres lhes baixou o IRS os ingratos foram a correr votar nas autárquicas e correram com o PS das principais cidades. A oposição da altura também falava em eleitoralismo, o que se provou tremendamente errado, a ver pelo resultado das eleições.
O povo não agradece aos governos que lhes baixam os impostos. O povo acha (com alguma razão) que o Governo não está a fazer senão a sua obrigação. E até acha pouco, porque essa baixa (quando a entendem, o que não parece que seja o caso actual, dadas a trapalhada armada por Santana e Bagão) não os compensa dos assaltos à mão armada a que têm sido sujeitos pelo Estado.
O povo, além do mais, é invejoso. Entre o seu próprio bem e o mal alheio, prefere o mal alheio. O que gostaria mesmo era de ver os ricos famosos taxados como deve ser, à medida dos seus reais rendimentos. Ou então seriamente importunados pelo fisco ou mesmo (e de preferência) presos (numa prisão a sério, não na "Quinta"). Isto sim, seria "eleitoralismo" a sério. Mas por aqui o Governo não segue, não sei porquê. O povo, esse, acha que sabe porquê. Por decoro não reproduzo o argumentário.