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sexta-feira, janeiro 14

Eu leio a Caras II

A entrevista começa com duas perguntas sobre o humor em Portugal, mas a terceira, naturalmente, vai directa à rota da "Caras". "Nos afectos também se deve procurar qualidade?", pergunta a Caras. Nuno Artur Silva responde assim: "A maneira das pessoas se relacionarem do ponto de vista da intimidade está a mudar para um território que ainda não sabemos bem o que é. Os modelos literários que nos serviram de orientação para instalarmos os nossos desejos mudaram todos. Os paradigmas da paixão ou do amor estão em causa. Passou-se a viver de forma muito consumista".
Isto é o começo. Mas quando fala na "dificuldade de combater a falta de tempo", fezem-lhe logo a pergunta: "Mesmo no amor?". Nuno responde: "Primeiro, é preciso perguntarmos o que é isso do amor. É uma daquelas palavras que já estão gastas (...)". Ainda apanhou com a pergunta "Já viveu um mau romance?" que, para sorte dele, não foi parar ao título, porque Nuno responde "Já vivi", embora depois elabore sobre as virtualidades dos maus romances e dos erros, "um erro numa relação, um erro na vida, às vezes é mais produtivo e enriquecedor do que um acerto". Enfim, Nuno reconhece que "a exposição contribui para a ligeireza que acaba sempre por ter resultados negativos no trabalho". De caras.
|| asl, 23:35

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