há 25 anos. há 25 anos o ian curtis pendurou-se do tecto da casa até morrer (to be hang by the neck until you die, era assim que se dizia nos tribunais). no filme 24hour party people, estava a dar desenhos animados na tv.
há 25 anos, quando o ouvi pela primeira vez, estava morto. ouvi até primeiro os new order, ceremony, a balada fúnebre que ele se escreveu. tive uma paixão assolapada e absoluta, instantânea, pela canção, pela banda, e depois por ele. comprei os discos todos, o livro dos poemas, e li todos os textos que encontrei sobre ele e a banda e as canções e mais tarde, quando conheci um dos dirigentes da factory, em vilar de mouros, passei o tempo todo a fazer-lhe perguntas sobre os joy division. sobre o ian curtis. é isto, creio, uma fã, ou uma groupie, coisa que eu era com alguma facilidade há 25 anos (é fazer as contas).
depois passei anos sem querer ouvir joy division -- guardei os vinis religiosamente, o ep de atmosphere, o closer, o still. as cassetes em que gravava a minha banda sonora directamente do som da frente (o programa do antónio sérgio, na rádio comercial, que passava à uma da manhã, num tempo em que os discos bons não se vendiam cá, num tempo em que portugal estava longe, muito longe do mundo, num tempo em que os gostos eram tão exclusivos que se selavam amizades com uma menção a uma canção ou a uma banda) ficaram para trás, num caixote qualquer de uma qualquer mudança. guardei os vinis até não ter gira-discos. depois comprei cds dos meus vinis e voltei a ouvi-lo. atmosphere. don't walk away -- in silence (i didn't walk away). she's lost control again (again and again and again). love will tear us apart (always).
e o meu favorito: decades. here are the young men, a weight on their sholders... where have they been?
we've been around (como diz o outro: por aí). de vez em quando, não demasiadas vezes porque há coisas que não podem fazer demasiadas vezes, voltamos. eu volto.
f.