o caso 'dinis' está a dar azo, como seria de esperar, às mais extraordinárias piruetas argumentativas.
eduardo prado coelho, que antes já se referira ao assunto, nomeadamente a propósito da utilização de animais de estimação nas campanhas políticas, investe agora noutra teoria que, a crer no título da crónica de hoje, é sobre as 'vidas secretas'.
lida do início ao fim e depois de novo, a crónica não parece no entanto justificar o nome -- afinal, diz epc, 'a 'apresentação' da família em termos públicos tem sido prática frequente', até porque 'os eleitores, desvinculados de qualquer fidelidade a ideologias, querem conhecer a cara dos candidatos, para saber se eles merecem 'confiança', saber se há neles um lado 'humano''.
fazendo questão de frisar que lamenta essa tendência('não seria preferível uma política em que discutissem ideias mais do que pessoas? pela minha parte, acho que sim'), epc escreve uma crónica inteira para justificar que nela se embarque.
será à luz dessa justificação, dessa apologia enviesada, que devemos então (?) ler o título da crónica?
vejamos: a exposição é desejada pelo 'público', portanto inevitável; a inevitabilidade transforma-a numa coisa obrigatória; a obrigatoriedade fá-la, mesmo se lamentável, desejável do ponto de vista do resultado; e se é desejável do ponto de vista do resultado, é boa, o que, com um bocadinho mais de boa vontade, a transforma numa coisa 'natural'.
é aqui, supõe-se, que entram as 'vidas secretas': quem não se expõe, conclui-se, é porque não retiraria nada de útil e desejável, portanto de bom, dessa exposição, ou seja, porque não tem nada de bom para expôr. senão, é claro, evidente, translúcido, exporia o que de bom tivesse para aproveitar disso os resultados. como não?
ou seja: o político que não se expõe, que faz o possível por preservar a sua vida privada, não o fará por desejo de manter a privacidade e proteger os seus próximos de uma exposição e escrutínio público (que, espante-se, nem toda a gente achará desejáveis, bons ou, já agora, úteis), mas porque tem segredos. quiçá inconfessáveis.
a não ser que partamos do princípio de que o título 'vidas secretas' é um engano, um lapso (talvez epc quisesse escrever 'discretas' e saiu aquilo), no seu esforço para justificar o vídeo de carrilho epc lança a suspeita sobre todos os que não comunguem da 'naturalidade' com que o ex-ministro da cultura expõe a sua vida privada.
no mínimo interessante, esta argumentação (digo eu, ainda tonta de tanto mortal empranchado com pirueta invertida). e nada insinuante. aliás, não me lembra nada, mais precisamente, não me lembra nada que se tenha passado há uns meses numa outra campanha.
numa coisa epc tem razão: há aqui duas ordens de problemas. pelo menos.
f.
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