Têm-me chegado às orelhas uns zunzuns queixosos sobre o silêncio deste blogue. Dois ou três zunzuns, para ser mais preciso. Por isso, e porque hoje é 14 de Julho, dia de tomada da pastilha, então tomem lá uma pastilhadas daquelas à antiga, com a devida vénia à agência Lusa. Tomai nota:
Hoje é quinta-feira, 14 de Julho, centésimo nonagésimo quinto (enfim: 195º) dia do ano. Pois que faltam 170 dias para o final de 2005. Este dia é - caso não saibam - dedicado a São Camilo de Léllis e a São Francisco Solano, olá se é.
Nos céus, a Lua atinge o Quarto Crescente. Isto pela 16h20 (falta pouco, não percam, é lindo lindo lindo). O Sol nasceu às 6h23 - hora boa para uma pessoa se deitar. E o ocaso há-de registar-se - se até lá o planeta Terra não explodir - pelas 21h02 (bela hora para o primeiro "gin" pré-jantar)
Pois no porto de Lisboa, a preia-mar verificou-se às 9h12 (nem mais nem menos). Voltará às 21h31 (boa hora para o terceiro "gin" pré-jantar). Quanto à baixa-mar (essa maluca!) foi às 2h42 (mais coisa menos coisa) e às 14h57 (hora a que as pessoas civilizadas tomam a primeira bica do dia).
Caso não saibam, Caranguejo é o signo dos nascidos nesta data. Em 14 de Julho nasceram o (inesquecível) estadista francês Cardeal Mazarino (de 1906), a (misteriosa) sufragista britânica Emmeline Pankhurst (1857), o (belo) artista austríaco Gustav Klimt (1862), a (incrível) arqueóloga britânica Gertrude Bell (1867), o (alucinante) romancista norte-americano Irving Stone (1903), o (insondável) escritor norte-americano de origem polaca Isaac Bashevis Singer (1904), o (fleumático) actor inglês Terry Thomas (1911), o (transsexual)músico norte-americano Woody Guthrie (1912), o (simples) Presidente norte-americano Gerald Ford (1913), o (complicado) cineasta sueco Ingamar Bergman (1918), o (maravilhoso) actor norte-americano Harry Dean Stanton (1926), o espanhol) responsável pela política externa da União Europeia Javier Solana (1942), a (sueca) herdeira do trono da Suécia Victoria (1977).
Nesta data, em 1789 - lembram-se? - os cidadãos parisienses revoltavam-se e tomavam a prisão da Bastilha, libertando os prisioneiros. A Revolução Francesa tomava forma. No ano seguinte, o rei Luís XVI aceitava a Constituição. De então para cá não se fala doutra coisa. Lamentavelmente, o PÚBLICO falhou a notícia. O DN não.
Já em Portugal, neste dia, em 1897, acontecia algo de dimensão histórica muito semelhante: começavam as ligações ferroviárias entre as estações do Juncal e da Régua.
Em 1901, o cirurgião Egas Moniz, que seria Prémio Nobel da Medicina em 1949, concluía o doutoramento. Foi o tipo que inventou uma operação ainda não suficientemente generalizada, a lobotomia (mas o Nobel foi por outra coisa, acho que as radiografias ao cérebro).
Em 1933, eram ilegalizados todos os partidos políticos na Alemanha, à excepção do nacional-socialista nazi, no poder (sem comentários). Coincididência ou não, 33 anos depois, em 1966, começavam no Estádio de Alvalade os III Jogos Luso-brasileiros. E dez anos depois, em 1976, o general Ramalho Eanes prestava juramento como primeiro Presidente da República Portuguesa eleito por sufrágio directo e universal.
Em 1978, Anatoly Scharansky, dirigente do movimento de emigração dos judeus na URSS, era condenado a 13 anos de trabalhos forçados por espionagem anti-soviética (sem comentários). Segundo a Lusa, aconteceram mais um milhão de coisas neste dia.
Hoje, há um ano, Pedro Santana Lopes, primeiro-ministro indigitado, anunciava os titulares das pastas dos Negócios Estrangeiros e das Finanças, no XVI Governo Constitucional (quem foram? esqueci-me, desculpem). No mesmo dia, morria Germano Figueiredo, futebolista que integrara as equipas do Benfica e do Atlético e fora um dos Magriços da Selecção ao Campeonato do Mundo de 1966.
Ora, a propósito deste Mundial - mas um mês e meio antes -, em Luanda, Angola, um certo e determinado cidadão, cuja identidade não revelo (mas que posso tratar genericamente por "pai"), era arrancado ao acompanhamento permanente das "incidências" dos tais Magriços para, muito a contragosto, ir saber como se encontravam o seu primeiro filho, acabadinho de nascer, e a respectiva mãe.