Isto começou assim: o Rodrigo Moita de Deus, uma das melhores penas de O Acidental
insurgiu-se contra a tourada só com mulheres cavalareiras que a TVI promoveu há dias nas Caldas da Rainha. Por acaso até vi o espectáculo, eu, que estou a começar a gostar de touradas (e de fados, deve ser da idade e do sítio onde agora moro, porque isto há uns aninhos era impossível, pelo contrário, falavam-me em fados e touradas e eu puxava da pistola). E numa coisa lhe dou razão: a condescendência. A certa altura o cavalo de uma delas (a Sónia Matias, se não erro) levou uma marrada que até a mim me doeu. Se há coisa detestável na tourada é um cavaleiro que faz sofrer a sua montada. E o comentador televisivo foi muito simpático. E a audiência, na praça, não se manifestou. Eu chamei-lhe de tudo, à tal da Sónia. Isto, enfim, para dizer que nessa parte concordei com o Rodrigo (que, corrijo, não é uma das melhores penas do Acidental. É mesmo a melhor, pronto, tá dito).
Acontece, todavia, que a certa altura o Rodrigo escreveu que nessas touradas as mulheres cavaleiras vão "
vestidas de homem". Pois aí é que a porca torce o rabo (por assim dizer). Tenho por mim que a tourada é o espectáculo onde os homens mais se vestem como as mulheres: aquelas calcinhas muito justas (dos cavaleiros mas, ainda mais, dos homens do toureio a pé), aqueles debruados todos dos casacos dos cavaleiros, as cinturinhas sempre muito adelgaçadas, os coletes demasiado curtos (quer não toleram a menor pança, ou seja, que são totalmente anti-masculinos), e isto para já não falar nas meias de renda dos forcados. Tudo muito suspeito, devo dizer, ainda por cima numa coisa tão "macho man" como são as touradas.
(Aliás, em ajuda da minha tese veio a Rititi, que
publicou uma fotografia que parece ser de um rabo de uma bandarilheira, percebendo-se, com toda a evidência, que é nos rabos femininos - e não nos masculinos - que aquelas calças ficam a matar.)
Enfim: percebo a reacção conservadora do Rodrigo. Não concordo, mas entendo. Mas quanto às vestimentas ele que me desculpe. Com a chegada das mulheres ao toureio começam finalmente a ver-se nas praças as roupas próprias da festa a serem usadas por pessoas para as quais parecem ter sido originalmente desenhadas. A bota começa a bater com a perdigota.
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