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terça-feira, setembro 27

Uma justa homenagem



Nestes conturbados tempos da política autárquica portuguesa convém dar a conhecer à multidão de leitores do Glória Fácil um político impar na história da democracia brasileira. Falo do paulista Adhemar de Barros (1901-1969).
Adhemar de Barros (também se escreve Ademar de Barros) nasceu numa família de abastados proprietários agrícolas de São Paulo. Em 1923 formou-se em Medicina, no Rio de Janeiro, pós-graduando-se em Berlim.

De regresso ao Brasil, tornou-se activista político. Em 1934 chegou a deputado estadual, eleito pelo Partido Republicano Paulista (PRP). Depois criaria um novo PRP (o Partido Republicano Progressista), que se transformaria no Partido Social Progressista (PSP), que fundou e presidiu. Fez o essencial da sua carreira política em São Paulo, onde deteve vários cargos, nomeadamente prefeito e governador. Participou no movimento militar que derrubou João Goulart, mas passou à oposição com o Acto Institucional nº 2 (AI-2), que extinguiu o pluripartidarismo.

Adhemar de Barros ficou conhecido por grandes obras em São Paulo, entre elas o Hospital das Clínicas, as rodovias Anhangüera e Anchieta. Isto além de ter promovido uma grande remodelação na malha urbana. Tudo obra que provocou um enorme défice nas contas públicas. Em 1966 o mandato de governador foi-lhe cassado, sob a acusação de corrupção. Fugiu para Paris. Nunca regressou. Morreu na capital francesa em 1969. Adhemar de Barros conquistou a imortalidade quando, numa das suas campanhas, os seus partidários lhe inventaram o slogan Roubo mas faço.

[Fontes: aqui e aqui]
|| JPH, 12:58

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