No meio da
Cidade de Deus há uma cena em que o chefe do tráfico local se vê confrontado com um bando de crianças que assalta mercearias. O chefe do tráfico local não quer que as crianças criem insegurança na favela - isso é prerrogativa exclusiva dele. Localiza o bando, cerca-o, fere um dos miúdos a tiro e obriga-o a matar um seu companheirinho de gang, como lição, para que se deixem de brincadeiras. Quando a cena lhe apareceu, parou o filme, saltou por cima, não a viu até ao fim (soube-a depois, não resistiu a perguntar).
A
Cidade de Deus é um filme extremamente violento mas para ele aquilo era demais. Areia em excesso para a sua camioneta emocional. É assim desde que foi pai. Outros pais já lhe disseram que sentem o mesmo - chama-se medo, esse é o nome da coisa, Medo. Evita agora o mais que pode filmes com grande violência (fisica e/ou psicológica) envolvendo crianças. E quem diz filmes, diz a realidade (nas conversas sobre o "caso Joana", por exemplo, pede sempre que evitem os detalhes mais escabrosos e se, mesmo assim, alguém insiste, então sai da sala).
Por isso - só por isso - não verá
Alice.