Isto hoje é assim mesmo, à maluca. Cá para mim este senhor vai mesmo candidatar-se a Presidente da República.
Que riscos correria esta candidatura? O principal seria a vitória de Cavaco Silva logo à primeira volta. Mas tal não se afigura provável. Se não me engano, até agora nenhuma sondagem deu vitória de Cavaco à primeira. Ainda por cima, o empenhamento dos candidatos de esquerda promete ser fortíssimo, diminuindo o peso da abstenção. Enfim, parece-me que este risco é, apesar de tudo, curtinho.
Sendo assim, o mais provável é Cavaco só ganhe à segunda volta. Recebendo de Portas, magnânimo, os votos que este obteve na primeira volta. Portas assim partilharia os louros da vitória - uma vitória histórica, a primeira de um candidato da "não-esquerda" nas presidenciais.
Há ainda a 3ª hipótese: Cavaco perder as eleições. Aí sim, Portas estaria em maus lençóis. Seria o bode-expiatório da derrota. Mas, com todo o devido respeito, tal cenário parece-me longínquo. Volto a dizer: o panorama à esquerda é provavelmente o mais confrangedor de sempre. E, mesmo assim, uma derrota de Cavaco só aconteceria numa segunda volta. E implicaria, necessariamente, responsabilidades partilhadas por toda a gente: pelo próprio, pelos partidos apoiantes (PSD, CDS), pelos respectivos líderes, e, é claro, por Portas. Mas só na quota-parte.
Temos ainda outro problema: o CDS. Já lá vou.
[continua]