Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

sexta-feira, outubro 7

buracos

confesso que estou como o joão never land -- para quem está recenseado em lx, a coisa não tá fácil.

saí da minha casa no centro a pé e a pensar nisso. a dois metros da minha porta, está o primeiro dos pelo menos cem buracos no passeio com que me deparo todos os dias a caminho do metro. uma vez, há uns meses, liguei para a linha do lisboeta por causa de um buraco na minha rua. como o buraco não desaparecesse, liguei mais umas tantas vezes (sou muito insistente) até que do outro lado alguém terá percebido que era melhor mandar tapar aquilo. será que tenho de fazer um mapa de todos os buracos da baixa e mandá-lo aos serviços camarários para que façam o que têm a fazer?

se calhar estou enganada, mas julgaria que faz parte das incumbências de uma câmara manter os pavimentos em condições e ter, entre os seus muito milhares de funcionários, quem fiscalize o assunto. se calhar estou enganada, mas diria que isso é mesmo o grau zero da administração autárquica: certificar que os cidadãos podem circular na cidade sem correr risco de fractura ou de vida.

mas não, parece.

tal como parece não fazer parte das atribuições da câmara certificar que os automóveis não ocupam os passeios (bem sei que se desculpam sempre com as polícias, mas será assim tão complicado dar uns berros aos comandantes a lembrar-lhes que há uma coisa chamada código da estrada?), nomeadamente os passeios mais simbólicos da cidade, como os da avenida da liberdade, transformados, todas as noites de fim de semana (e a de hoje e amanhã também, e por que não a da noite das autárquicas, para a celebração), em parque de estacionamento, com arrumadores e tudo, apesar da quantidade de parques à séria (restauradores, martim moniz, figueira e marquês) nas imediações.

e como claramente não integra as prioridades da autarquia a campanha para a reciclagem -- basta ver o estado deplorável dos ecopontos (falo do que utilizo, no campo das cebolas, sempre imundo e cheio a deitar por fora) e os critérios da respectiva colocação -- na zona onde resido, habitada maioritariamente por idosos, os ecopontos mais próximos estão a duzentos ou mais metros. estão mesmo a ver a quantidade de gente que sai de casa a alombar com garrafas de vidro, quilos de jornais e de embalagens para andar essa distância em passeios esburacados (ou ocupados com carros, ou com andaimes, ou com outra coisa qualquer) para, chegando ao bom do ecoponto, constatar que já lá não cabe nada e que só para se chegar a ele tem de tapar o nariz e contar até cem.

sim, sim, já liguei para a câmara há muitos meses a pedir a colocação de um ecoponto na minha rua, mas responderam, ao fim de quatro meses e de cerca de dez telefonemas, que 'não há espaço'. não, que ideia. espaço mesmo nenhum.

é pouco? é. posso ficar aqui três dias a desfiar as minhas mágoas com a cidade, mas estas são as primeiras que me vêm à mente quando penso na câmara de lisboa. não são razões de queixa exclusivamente atribuíveis ao actual presidente? não, não são. mas o estar lá não fez diferença nenhuma. e isso é uma belíssima razão para querer que de lá saia.

e prontoS.
|| f., 17:41

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