Duas pessoas que sabem do que falam:
1.Pedro Magalhães faz a análise das sondagens,
aqui e
aqui, além de vários rescaldos concelhios (Lisboa, Porto, Oeiras, etc). Num dos seus vários textos Magalhães conta uma "
história curiosa": "
Ontem [domingo, dia de eleições],
durante o dia, recebi relatos de locais de voto em Oeiras onde os inquiridores da Católica eram insistentemente assediados por indivíduos que se ofereciam para votar na sondagem, rondando as equipas durante toda a tarde. Eram, segundo os relatos, apoiantes de Isaltino Morais. Apesar dos cuidados em evitar "amostras voluntárias", a sobrestimação geral da margem de vitória em todas as sondagens pode ter a ver com este, chamemos-lhe assim, "excesso de entusiasmo". Talvez esta história ilustre bem uma outra conclusão do politólogo: "
É inescapável: as sondagens pré-eleitorais telefónicas foram mais precisas que as sondagens com simulação de voto. É certo que o caso do Porto desmente isto, mas os de Sintra e Faro recolocam o problema. Mais certo será dizer: não parece haver hoje quaisquer garantias de que, pelo menos nos grandes centros urbanos, a simulação de voto constitua uma vantagem metodológica."
2.Paulo Pedroso faz a análise partidária,
aqui e
aqui. Tomei nota de uma frase do ex-número dois de Ferro Rodrigues sobre as eleições na capital: "
Em Lisboa, o PSD conseguiu tudo o que queria: distanciou Carmona de Santana Lopes e ganhou a Câmara sem o CDS. O PS, o PCP e o BE só podem queixar-se de si próprios. Mas o PS tem responsabilidades especiais: descartou uma coligação que seria vencedora por pura arrogância, defendida militantemente pela estrutura local e consentida pela direcção nacional e pelo candidato por ela entronisado desde a campanha para as legislativas."