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terça-feira, outubro 25

O que se pede num candidato presidencial

A pressão comunicacional tenderá a exigir aos candidatos presidenciais "programas" de acção. É da natureza do jornalismo: quer "medidas concretas" que permitam definir melhor o contraste entre as candidaturas. A notícias faz-se pelo que é diferente entre uns e outros, não pelo que é idêntico: a discordância conta, a concordância não.
É aqui que reside um dos problemas da escolha presidencial. É contra-natura face aos poderes presidenciais exigirem-se (e apresentarem-se) "programas" e "medidas de acção". Os poderes do Presidente não se encaixam, verdadeiramente, em nenhum dos poderes políticos normais num Estado de Direito (Executivo e Legislativo). Os "manifestos" são, para os candidatos, a escapatória possível, mas nunca nenhum poderá deixar de ser considerado "vago" - porque pura e simplesmente não pode deixar de o ser.
Assim, é outra coisa o que se deve saber dos candidatos: o seu carácter; a sua capacidade pessoal de relacionamento com o primeiro-ministro (e vice-versa); a sua tolerância face às pressões partidárias (da oposição mas também do seu próprio partido); enfim, a sua real vontade de mandar, ou não, no país. Para isto contam imensas coisas - mas nada, verdadeiramente, do que os candidatos apresentarão nos seus "programas", "manifestos", "compromissos", etc, etc, etc.

Até alguém ser eleito, passaremos o tempo a falar de alhos quando o que interessa são os bugalhos. É no domínio do invisível que estas eleições contam.
|| JPH, 15:33

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