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...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

quinta-feira, novembro 3

Discutamos as metapresidenciais (II)

O principal valor acrescentado de Pacheco Pereira no panorama dos comentadores políticos nacional é - sempre foi - o distanciamento crítico face ao seu próprio partido. Foi esse distanciamento crítico, exercido até às últimas consequências (hoje JPP está fora da política activa), que lhe deu autoridade para ser crítico face a todos os principais protagonistas da política nacional, nomeadamente aos dos outros partidos que não o seu.

Agora, no entanto, deixou "arquivar" esse seu valor acrescentado, colocou-o entre parentesis - e assim tornou-se igual aos outros todos, por exemplo a Jorge Coelho, que nunca escreveu nada que não fosse pura propaganda ao "seu" PS, só intervalada por ocasionais recados pessoais destinados a manter a sua influência no partido e a evitar desvios na respectiva "linha justa".

Ora este condicionamento que detecto em JPP também detecto noutros comentadores, afectos a outras candidaturas, que me habituei a gostar de ler também pelo tal distanciamento crítico face aos partidos de que são militantes ou compagnons de route. Por exemplo em Vital Moreira, que tentou à força ver um grande "problema de concepção" na candidatura de Cavaco por via dos disparates presidencialistas de Rui Machete e Nuno Morais Sarmento; ou então em Medeiros Ferreira, cujo entusiasmo sectário pela candidatura de Soares tem estado por vezes quase ao nível do mais puro hooliganismo, por exemplo quando criticou a cobertura mediática aquela anedota que foi a apresentação da Comissão Política de Soares ou quando censurou Eanes por ter apoiado Cavaco, com o argumento - imediatamente revertível contra o seu candidato - de que "a República precisa de reservas sérias".

Enfim, guerra é guerra, eu sei. Não se limpam armas, vale tudo menos tirar olhos, etc, etc, a neutralidade não rende, neutros são os suiços, uns pãezinhos sem sal, não há como negá-lo. E isto cada vez mais até Janeiro e pior ainda depois, se os resultados ditarem (uma improvável) segunda volta.

Verdadeiramente a situação nem me desgosta muito - não é nada que não tivesse à espera. Constato apenas que entre a fumarada da artilharia é cada vez mais difícil vislumbrar alguém que consiga parecer-se com o que era antes da guerra começar. E depois da guerra, quando tempo demorará a fumarada a assentar?
|| JPH, 12:17

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