Vá lá,
Luís, tente raciocinar comigo, se conseguir. Vou fazer isto por pontos, para ser mais fácil, ok? Então é assim:
1. A componente social do Hamas existe, eu sei.
2. Aparentemente essa componente social terá sido muito importante para ganhar as eleições.
3. Parte dessa componente social consiste na assistência às famílias dos bombistas suicidas.
4. Ou seja: parte da componente social existe
ao serviço do terrorismo. Uma coisa (o aspecto social) decorre da outra (o terrorismo).
5. E isso - para mim mas não para si, já percebi - retira-lhe qualquer espécie de mérito.
Isto é a primeira parte do argumento. Agora vamos à segunda. Calma. Não falta muito. Leia devagar. Sugiro que vá sublinhando as frases com um dedo indicador à medida que vai lendo, talvez facilite. Ok? Então é assim:
1. São irrelevantes para efeitos da negociação com Israel os hospitais e as creches do Hamas.
2. Simplificando ainda mais: o que interessa, na negociação com Israel, é a componente político-militar do Hamas.
3. E essa, embora isso lhe custe a admitir, é sinistra. E foi essa que venceu.
4. Não o preocupa isto? Pelo que lhe
li, não.
Última nota: Reparei na fotografia que escolheu para o
post com que comentou a vitória do Hamas. Foi buscá-la ao
Google Images. Uma foto elegante. Direi mesmo, algo chic. Uma escolha reveladora sobre quem a escolheu.