Acabei finalmente de ler (meteram-se umas presidenciais pelo meio) o terceiro volume da Biografia Política de Álvaro Cunhal, de José (Álvaro) Pacheco Pereira - o autor, já se vê, tem algo em comum com o biografado…
O título de mais este volume da biografia do líder histórico do PCP –
Álvaro Cunhal, Uma Biografia Política – O Prisioneiro (Temas e Debates e Círculo de Leitores) – é ligeiramente enganador.
Não, não é só a biografia de Cunhal.
Este volume é, acima de tudo, a "biografia" do PCP e faz, por arrastamento, uma história do movimento anti-fascista nas décadas de 50 e 60 ao longo das suas 748 páginas (incluindo as notas e o índice remissivo).
Quem, a partir de agora, quiser historiar a luta contra o fascismo nessas duas décadas terá de ler este livro. Não só pela importância de Cunhal neste período histórico – de todas as lutas da sua vida, Cunhal ganhou essa, contra o fascismo. Mas também pela forma exaustiva como Pacheco Pereira relata, por exemplo, o envolvimento do PCP na campanha presidencial de Humberto Delgado ou os próprios movimentos que se opunham à ditadura. Ou ainda o estudo minucioso dos textos de Júlio Fogaça, arqui-rival de Cunhal, e líder (intermitente) do partido enquanto o líder histórico estava na prisão. E é neste período que Cunhal reforça o seu estatuto de líder e que surgem as campanhas internacionais a favor da sua libertação. É também neste período que Pablo Neruda lhe dedica um longo poema
La Lampara Marina, reproduzido no livro, e com um link
aqui.
Notáveis são os capítulos sobre o julgamento de Cunhal, sobre as estratégias de Álvaro para combater a solidão na prisão – é bom lembrar que Cunhal esteve preso quase 11 anos, ou seja mais de 4000 dias, 96 mil horas… - e que passavam por desenhar e por um intenso trabalho intelectual, quando a direcção prisional lho permitia. Ou ainda os relatos sobre a vida prisional em Peniche, a descrição da morte de Militão Ribeiro, na penitenciária de Lisboa, ou ainda o último capítulo, o da fuga.
A este volume não falta o drama e a polémica. É o capítulo II, sobre os anos duros dentro do PCP, das purgas e das mortes de militantes – alegadamente a mando da própria direcção do partido. A polémica durou umas semanas após a publicação do livro. Talvez Pacheco Pereira tenha arriscado ao escrever sobre algo – os assassínios – de que não tem (e era virtualmente impossível tê-lo...) sustentação documental ou testemunhal.
Venha o quarto volume!
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