Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

segunda-feira, abril 3

homenagem

o patriotismo porém não me impede de gostar muito muito de comidas de outras paragens. e de as querer fazer em casa.

passei a fase oriental militante (comprava ingredientes japoneses e thai em tudo quanto era sítio, quando não existiam à venda em portugal, e lá vinha eu de mala carregada de wasabi, caril verde, molho de peixe, pickles de gengibre e algas secas, a arregalar os olhos aos suspeitosos inspectores de alfândega), com woks, cestinhos de bambu para o vapor e óleos de sésamo por todo o lado. era muito bom mas cansativo: tinha de passar a vida no martim moniz à procura de coisas que vinham nos livros de receitas e que não havia em lado nenhum.

também me interessei furiosamente pelas especialidades mexicanas, obrigando os meus convidados a enfardar tortillas, fajitas e o meu prato preferido, frango com chocolate, cujo preparo ainda hei-de, um dia destes, divulgar por estes lados.

mas acabei por me fixar, no dia a dia, na cozinha italiana.

o casa nostra fez muito por isso -- talvez porque é o restaurante onde me sinto mais em casa e porque sou amiga do seu cozinheiro dos primórdios, o jorge paixão.

quando não podia passar sem o rottulo -- a torta de requeijão com espinafres que ainda hoje figura na lista --, o jorge explicou-me como se fazia. ainda a cozinhei tal qual umas três vezes, mas aquela coisa de fazer massa italiana é um pedaço extenuante. de modo que adaptei: o rottulo passou a lasagna.

e é assim:

uma embalagem de lasagna seca (ou fresca, mas eu costumo usar a seca) verde ou normal;
um pirex alto, quadrado ou rectangular;
azeite;
requeijão (o número depende dos comensais, mas têm de ser pelo menos quatro);
espinafres congelados ou frescos (daqeles já lavados, claro);
tomate em lata ou fresco;
alho;
mangericão;
noz moscada;
queijo parmesão (em fatia, nunca ralado, esse nojo);
queijo mozarella em barra, em fatias finas (ou aqueles sacos de mozarella desfeito que se vendem para as pizzas)
sal;
pimenta.

numa tijela grande mistura-se o requeijão com os espinafres (previamente descongelados e escorridos ou semi cozidos, no caso dos frescos) até ficar uma massa uniforme, semi esverdeada.
tempera-se com sal e pimenta e noz moscada (esta sem exagerar) e um pouco de parmesão ralado na altura.

numa panela deita-se um pouco de azeite e alhos esmagados. quando começa a aloirar, deita-se o tomate (pelo menos 2 latas grandes ou o correspondente em tomate fresco) e mexe-se até ter um molho saboroso (não há forma de explicar: é ir provando e aferindo a consistência), juntando as folhas de mangericão e sal a gosto. se o molho ficar muito grosso, pode-se acrescentar um pouco de água.

no pirex coloca-se um pouco de azeite no fundo e, se se gostar muito de alhos (i do), alguns alhos esmagados. sobre isso a primeira camada de lasagna, cobrindo o fundo totalmente. sobre esta camada, um pouco de molho de tomate, mais uma camada de lasagna, uma camada de requeijão, outra de lasagna, outra de tomate, e assim por diante. a última camada deve ser de tomate, sobre o qual se rala mais um pouco de parmesão e se coloca, em seguida, a mozarella para derreter, cobrindo totalmente a lasagna.

vai ao forno com lume esperto durante cerca de meia hora, até que a massa da lasagna fique cozida (afere-se isso com um garfo) e a mozarella gratinada.

e prontoS. depois digam se saiu bem

pode-se seguir o mesmo método com bacalhau -- substituindo o requeijão e os espinafres por um guisado de bacalhau com cebola (para quem gosta de cebola, eu odeio) ou pimentos (much better). ou com cogumelos: no caso dos pleurotos, pode-se prescindir do molho de tomate e fazer uma lasagna só de pleurotos guisados. o essencial é que tenha muito molho, para garantir que a massa coza. também se pode usar beringelas, mantendo o molho de tomate. note-se que esta variante de lasagna não tem bechamel -- i do hate it e só serve para engordar.
|| f., 15:16

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