1. Ler blogues é importante. É mesmo muito importante. Fica-se com uma ideia de como pensam os não-jornalistas. No caso de Carrilho, é notório que o
sentido geral das opiniões manifestadas na blogosfera salienta o descrédito do personagem.
2. Nessa medida - o descrédito do personagem - considero que a resposta a Carrilho pelos visados, entre os quais me encontro, deve ser apenas no campo da opinião, mesmo que o personagem tenha ido nas suas criticas ao jornalismo muito para além de meros comentários (insinuou crimes). Mas dar crédito a Carrilho ao ponto de o processar seria tão rídiculo como ver um árbitro processar o Emplastro [na foto] por este falar em corrupção no futebol.
3. Isto não quer dizer que quem de direito (o Ministério Público) não abra inquérito, tendo em conta o que Carrilho escreveu (e o que disse Emídio Rangel na apresentação do livro). Por duas questões diferentes: a corrupção no jornalismo; e o alegado financiamento ilegal de campanhas políticas através de agências de comunicação. Quem tem meios e autoridade que investigue. Já agora, convinha que o
Sindicato dos Jornalistas dissesse qualquer coisinha.
4. A importância destes dois assuntos só me faz lamentar ainda mais que quem os tenha levantado sejam pessoas desacreditadas e movidas pelo ódio (Carrilho por causa da sua derrota, Rangel por causa da SIC). Mas enfim: suponho que a quem investiga interessa mais o
que é dito do que
quem o diz.
5. O Paulo Gorjão
criticou "
a forma exagerada como os jornalistas estão a reagir ao livro de Manuel Maria Carrilho". Garanto-lhe, caro Paulo, que se ninguém tivesse dito nada certamente seria criticado à mesma, sob a acusação de "quem cala, consente", "omertá corporativa", etc, etc, etc. Por outras palavras: preso por ter cão, preso por não ter. Uma coisa parece clara: "os jornalistas" é uma entidade que, neste assunto, não tem existido. Alguns dos visados responderam; outros não. O comportamento tem sido, portanto, tudo menos "corporativo" e/ou auto-organizado. Não censuro quem não tenha respondido. Por mim falo, antes que alguém o faça por mim.