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segunda-feira, maio 22

Prós & Contras

Hoje Manuel Maria Carrilho irá ao Prós & Contras debater o seu livro. Segundo leio nos jornais terá do seu lado Emídio Rangel. Os outros debatentes serão Ricardo Costa e Pacheco Pereira. Por outras palavras: quatro pessoas que conhecem o livro de Carrilho; mas uma única que viveu a campanha dia-a-dia (o próprio Carrilho).

Se bem conheço o prof. Carrilho, aproveitará sobretudo para atacar quem não estiver no programa para se defender. Se bem conheço Rangel, nunca explicará porque razão nunca se queixou a ninguém de direito sobre casos concretos de corrupção no jornalismo.

Se bem o conheço, voltará a jurar que nunca ninguém na sua candidatura mediu politicamente os prós e contras da participação da sua mulher na campanha.

Se bem o conheço também, irá insistir na ideia de que Bárbara Guimarães só apareceu três vezes até à campanha começar (como diz no livro). Esquecer-se-à convenientemente de dizer que, depois, no período oficial, apareceu todos os dias - ou seja, não apareceu três vezes mas pelo menos 15, para já não falar em várias iniciativas fora da agenda pública da candidatura.

Se bem o conheço, esquecer-se-á de recordar, também, que, depois da polémica do "vídeo familiar" - em Junho - quem ressuscitou a "questão Bárbara" não foi nenhum jornalista mas sim um seu camarada de partido, Jorge Coelho, num jantar-comício na FIL, em Julho, através de um apelo à mulher do candidato para que não se deixasse condicionar e continuasse a aparecer, porque o "povo" e o PS assim o queriam. Ou seja: esquercer-se-à de dizer que a politização da "questão Bárbara" passou, ao mais alto nível, pelo seu próprio partido.

Se bem o conheço, nunca admitirá que, de todos os candidatos a Lisboa (Carmona, ele próprio, Ruben de Carvalho, Maria José Nogueira Pinto e José Sá Fernandes) era ele o que pior conhecia Lisboa.

Se bem o conheço, nunca admitirá as hesitações que existiram na sua candidatura face à exploração do chamado "mensalito" de Carmona, esquecendo-se também de referir que se ele próprio só tomou conhecimento do caso porque a "matilha" a revelou.

O que eu gostaria que ficasse bem claro no Prós & Contras de hoje à noite é o seguinte:
1. Há, evidentemente, problemas nas coberturas mediáticas nas campanhas, o mais grave dos quais será uma excessiva atenção aos fait-divers (mas o caso Bárbara/Diniz Maria não é um fait-divers).
2. Haverá, por outro lado, problemas de corrupção no jornalismo - admito-o perfeitamente, pela simples razão de que há sempre corrupção onde há poder - que urgem ser averiguados por quem tem autoridade para isso.
3. Só que, de todas as pessoas possíveis, Manuel Maria Carrilho é a última a ter o mínimo de autoridade para invocar isso em sua defesa porque toda a sua campanha foi, do princípio ao fim, uma alucinante sucessão de erros dos quais ele foi, na maior parte dos casos, o principal protagonista. O personagem desacredita a própria discussão que tenta desencadear.

Por último: Sou referido no livro de Carrilho. Criticamente, claro. O conteúdo das críticas é, no essencial, canalhote. Há níveis a que não baixo, no que pessoalmente me toca.
|| JPH, 14:42

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