1. Em Timor censura-se a ONU por ter actuado baseada em receitas universais de "chave na mão", ignorando as tradições locais. Não contesto. Mas se calhar também seria importante ponderar se a exportação para o território do ordenamento constitucional português não foi também um grave erro. Aparentemente, Timor não se está a dar bem com um modelo de poderes partilhados entre o Presidente e o primeiro-ministro. Pergunto-me se não seria melhor reforçar a componente presidencialista do sistema.
2. Não sei se Mari Alkatiri sobreviverá à crise. Se cair então será a prova da sua tese: houve um golpe de Estado.
3. Hoje de madrugada ouvi Freitas do Amaral na rádio anunciando a iminência de uma remodelação governamental em Timor-Leste (que, que eu saiba, ainda não se confirmou). Se isto não é interferência nas questões internas da governação timorense então vou ali e já venho.