Estão a ver? Esta história de fazer tudo com muita propaganda tem, de facto, os seus riscos. Ontem a PSP e o respectivo Governo encheram-se de ridículo com a mega-rusga anti-tráfico de armas no Bairro da Torre, em Lisboa. Resultado: 600 homens apreenderam 19 (por extenso: dezanove) armas. Bela produtividade, sim senhor. Imagino a fúria do ministro:
- Então ó sr. comandante, e não havia mais, tem a certeza?
- Tenho sim, senhor ministro. Rebuscamos tudo...
- Tudo mesmo?
- Tudinho...
- E facas, não havia?
- Como?
- Facas, homem, facas!
- Ó sr. ministro...enfim...sim...penso que sim...facas de cozinha, sei lá...devo confessar que nem perguntei...
- Pois, pois...
- Mas o senhor ministro queria que a busca incluísse facas? É que quando me falou em tráfico de armas não pensei...
- Pois não, pois não, deixe estar. Mas olhe, fazemos assim: da próxima vez que uma rusga não der nada, traga as facas também...assim os números aumentam...
- Todas as facas?
- Todas!
- As da manteiga, também?
- ...Não, essa deixe-as...
- E as de sobremesa?
- ...Sim...se tiverem cerrilha.
- Sim senhor ministro.
[Agora a sério. O Carlos Lima comenta
aqui esta operação com perguntas muito pertinentes. Deixo uma que exige resposta urgente: "
No meio de tanta excitação, não vi, nem ouvi, ninguém a queixar-se a violação do segredo de justiça (a operação é uma diligência à ordem de um inquérito), não reparei se a Procuradoria-geral da República emitiu algum comunicado a queixar-se de 'grossseiras violações do segredo de justiça'."]