...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]
Por acaso concedo uma especial autoridade aos judeus nas discussões sobre o Holocausto. E não é só por terem sido eles as principais vítimas. É também porque nunca vi dois judeus dizerem a mesma coisa sobre o assunto, vi sempre discordância, debate, um povo em que cada voz é mesmo só uma voz, ninguém fala por todos. É isto que lhes dá autoridade: nas discussões judaicas sobre o Holocausto o fanatismo existe mas não domina, nem pouco mais ou menos (basta, por exemplo, ler Hanna Arendt e as violentíssimas polémicas que as suas teses da A Banalidade do Mal desencadearam)."Seria pena que a minúcia míope da análise esvaziasse o significado da ida do Papa a Auschwitz. Até porque, parafraseando o rabino americano David Rosen: 'As relações entre judeus e católicos já não se baseiam no passado.' A palavra reconciliação ainda não sai com facilidade, ainda queima muitos lábios. Mas só ela permite construir um futuro diferente."Disse.