O filho de quatro anos de um amigo meu começou agora a saber escrever o seu nome. Mas só no computador - no papel ainda não consegue. Eis portanto um sinal dos tempos. As crianças e os jovens de hoje começam a chegar à escrita (e depois à leitura) pelos computadores e não pelo papel.
Isto, transposto para o mundo dos "media", só confirma o mais que previsível, no médio-prazo: hoje os produtos
online são complementares aos jornais; um dia será ao contrário: os jornais serão produtores complementares "
de luxe" dos suportes digitais.
Devo dizer que deste tempo futuro não tenho medo nenhum, pelo contrário, até anseio. O momento actual, de transições e hesitações, é que me chateia. O que eu quero sei eu: fazer jornalismo. Tanto me faz que seja num jornal de papel como num qualquer formato html. Aliás, digo mais: é muito mais engraçado fazê-lo num suporte que permita "links" do que num que não permita: economiza-se texto; mas exponencia-se a capacidade informativa. Lamento que o sistema económico dos "media" - as próprias empresas de comunicação social e as que lhe estão associadas por via da publicidade - ainda não tenha chegado aqui.