cremilde navalhinhas.
olhem, nem sei o que dizer. a não ser que de facto há pessoas com muito azar aos nomes. dei conta disso na lista telefónica. encontra-se com cada um. há uns anos, resolvi até fazer uma reportagem sobre isso, para a notícias magazine (link não disponível).
encontrei um panasca, vários palhaços, imensos malucos, um sacana (que dizia ser 'saçana') , chatos, ronhas, um ror de gente com apelidos levados da breca. um dos meus favoritos foi o 'ratinho maneta', acompanhado pelo 'capitão ratinho' -- parecia coisa de bd. a parte mais extraordinária da reportagem era o telefonema. tipo: 'está? fala da casa do sr maluco?'. ia tendo uma apoplexia de tanto morder o riso.
não estou a inventar: vão ao 118 da net e façam uma busca. o sr panasca era um amor. tinha noventa anos e um humor à altura do nome (não o deu à filha, porém). como cresceu numa aldeola do interior onde toda a gente tinha uma alcunha, e a da mãe dele era coelho, só descobriu o seu nome de registo quando foi para a tropa. 'foi na tropa que descobri que era panasca', dizia ele, a rir. e explicou que 'a culpa foi do sacristão' -- porque combinou com o pai dele que o último filho teria o apelido real do progenitor.
toda a gente que entrevistei se queixava do horror que é estar por exemplo na sala de espera do médico e ouvir, em altos berros, chamar o seu nome. é muito azar, de facto. pode ser que tenham sorte no amor, ou assim.