Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

quarta-feira, agosto 30

Sim, claro, uma morte anunciada...

...a de O Independente, evidentemente. Difícil é não evitar o lugar-comum - é para isso que se fizeram, os lugares-comuns. Lamento a morte do semanário fundado por Miguel Esteves Cardoso e Paulo Portas. Lamento sobretudo pelo que implica em sofrimento para os últimos moicanos que lá restaram, como o Leonardo Ralha, por exemplo, que é um jornalista de mão cheia.
Isto são as coisas simpáticas que tenho para dizer. Mas também tenho coisas não tão simpáticas assim.
Na verdade O Independente morreu no dia em que Paulo Portas assumiu a sua verdadeira farda de sempre, a de político, deixando o semanário, onde foi também foi político, mas fardado de jornalista. A morte de O Independente ocorreu no dia em que, com a saída de Portas, o jornal renegou o seu direccionamento ideológico tentando tornar-se um jornal "sério" (até foi broadsheet e tudo, lembram-se?). Morreu quando quis matar o pai - como aliás está a acontecer com o Expresso (os sinais estão lá todos, é só ver com atenção).
A morte de O Independente é a morte do último projecto jornalístico politicamente dirigido criado no pós 25 de Abril. No dia em que projectos jornalisticos politicamente dirigidos forem dirigidos por jornalistas de corpo inteiro, com os dois pés na profissão e sem necessidade de fazerem do jornal uma arma de combate partidário e de promoção política pessoal - aí sim, talvez um jornal de cor política assumida sobreviva. Até lá, aguardemos.
|| JPH, 18:38

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