Glória Fácil...

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terça-feira, agosto 8

super rabo, mamas bock

Ricardo Araújo Pereira diz que a publicidade portuguesa descobriu agora as mamas. Tem razão. As mamas hoje em dia servem para tudo, de tal modo que dos anúncios só nos lembramos delas -- quanto ao produto a impingir, népias.

Quem é que vai pensar, por exemplo, que um par extraordinariamente bem fornecido, acomodado num bikini, a jogar ao vaivém numa praia, está a tentar vender-nos... o quê? Pois é. Ainda se a ideia fosse suscitar interesse em implantes mamários ou soutiens miraculosos ou mesmo bares topless, ainda vá. Mas quem é que vai adivinhar que um mupi com uma mama dourada a escorrer é um anúncio de cerveja? Uma pessoa vem na rua e vê uma mama a escorrer na paragem de autocarro e pensa 'olha, passaram-se. Deve ser do calor'. No dia seguinte é um rabo, também de mulher, também dourado e a escorrer. Olha-se melhor e descobre-se que é um anúncio à Super Bock e que aquilo são copos. Muito engenhoso (é uma perspectiva: a outra é 'que raio de tarados é que vêem mamas e rabos em copos?'). Mas, na verdade, que é que bocados do corpo de uma mulher têm a ver com cerveja? A cerveja vem do rabo? Vem das mamas? Sabe a rabo? A mamas? As mamas e o rabo bebem-se? Não. Já se sabe: as mamas são boas, o rabo também, logo, a cerveja é boa.

Nem deve valer a pena gastar o meu latim com o que isto indicia de boçalidade e objectificação da mulher (conversa feminista, duh). Queria só chamar a atenção da Super Bock para o facto de muitas mulheres (e homens homossexuais, já agora) beberem cerveja. Para quando a Super pilinha? Usem um fino.


(texto secundário da página contra os canhões do dn de 4 de Agosto. a propósito, ler isto e isto e isto)
|| f., 17:44

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