belo texto de joaquim manuel magalhães no actual do expresso (a propos, será que um texto destes podia sair no sol? estou só a perguntar -- podem sempre provar que a pergunta é uma ignomínia, vá), felizmente citado pelo eduardo pitta (http://daliteratura.blogspot.com/2006/09/citao-46.html), que me poupou assim o trabalho de o transcrever (isto de me pouparem o trabalho ultimamente acontece-me muito, já repararam?).
lembrei-me, ao ler este texto, do que pensei e sobretudo do que senti quando no outro dia fui ao salão de cabeleireiro de um amigo e vi lá vários senhores de cinquenta e tais ou mesmo sessentas -- sim, sei que é um cliché e que estas coisas resultam foleiras, mas eram claramente, como dizer, eu que detesto estas asserções, gays. nem todas as pessoas que amam alguém do mesmo sexo têm vinte anos e boa cara para viver tragédias. nem todas as pessoas que amam alguém do mesmo sexo são do BE e usam missangas e tatuagens e piercings. algumas têm sessenta anos, setenta, e medo de tudo aquilo de que se tem medo toda a vida e mais, muito mais, nessa altura. algumas têm idade para ser pais e avós dos idiotas que andam para aí a dar porrada em pessoas porque lhes parecem 'paneleiros' (leiam o dn de terça, quer dizer, hoje). algumas já não têm tempo para esperar por que todas as questões 'prioritárias' da sociedade portuguesa lhes passem à frente.
um dia falaremos do tempo em que as coisas eram assim como da escravatura.